Dos mais de 22 mil utentes inscritos no Centro de Saúde, 8.396 “não têm médico de família”, disse à agência Lusa o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, no final de uma visita à sede da instituição “a pedido dos médicos que ali prestam serviço”, oito ao todo, dos quais dois estão atualmente na situação de baixa por doença.

“Seriam necessários pelo menos mais oito médicos”, adiantou, frisando que a unidade de saúde “tem agregado um Serviço de Atendimento Permanente (SAP)”, aberto 24 horas, cujos turnos do dia são da responsabilidade de uma empresa privada.

Esta empresa de contratação de médicos “não consegue assegurar todos esses turnos” e os profissionais adstritos ao Centro de Saúde “acabam por ajudar”, lamentou Carlos Cortes, o que cria “enormes dificuldades".

Integrado no Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte, o Centro de Saúde de Oliveira do Hospital compreende ainda oito extensões de saúde dispersas pelo concelho e está a mais de uma hora de viagem e a cerca de 80 quilómetros da capital do distrito, onde está localizado o “hospital de referência” da região, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Carlos Cortes disse que os médicos “estão muito preocupados” com a insuficiência de meios humanos, podendo a situação agravar-se nesta “época de gripe”, e realçou que em janeiro passado foram atendidos 90 utentes por dia, muitos deles com sintomas desta doença.

“Os doentes procuram melhor resposta, que aqui é muito deficiente, o que os obriga a dirigirem-se às urgências hospitalares”, em Coimbra, dificultando o atendimento com situações que deveriam ser resolvidas ao nível dos cuidados de saúde primários, defendeu.

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos vai interpelar a Administração Regional de Saúde do Centro sobre a escassez de médicos de família no Centro de Saúde de Oliveira do Hospital.