5 de setembro de 2014 - 09h11
O Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos (OM) manifestou preocupação com a inoperacionalidade da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Évora e pediu "rigor e rapidez" na investigação do caso.
A VMER de Évora estava inoperacional na passada terça-feira, por falta de recursos humanos, quando foi chamada a socorrer um doente em paragem cardiorrespiratória, que acabou por morrer.
Em comunicado enviado na quinta-feira à agência Lusa, a estrutura regional da OM afirmou que "vê com preocupação" a inoperacionalidade da VMER e que "uma situação deste tipo se arraste há tanto tempo, mesmo depois de terem sido feitas promessas de resolver o assunto".
O Conselho Regional do Sul da OM defendeu que "os responsáveis", sem especificar quais, devem "explicar por que razão se mantém a VMER de Évora neste plano de baixa operacionalidade".
O órgão da OM referiu ainda que "espera que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) apure com rigor, recorrendo a peritagem médica, e com a rapidez que tem revelado em casos recentes, se estas mortes se devem ou não a falta de assistência da VMER".
"Estabelecer, de imediato, uma relação direta entre a morte e a falta de assistência pela VMER pode ser abusivo, mas a verdade é que estas ocorrências se têm sucedido: há pedido para acionar a VMER, esta não pode sair por falta de recursos humanos e a seguir ocorre a morte", pode ler-se no comunicado.
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo já abriu um processo de averiguações, assim como a IGAS também já está a investigar o caso, adiantou à Lusa fonte do Ministério da Saúde.
Este é o terceiro caso conhecido, em menos de um ano e envolvendo vítimas mortais, em que a VMER de Évora está indisponível para uma situação de emergência, depois de, em abril deste ano, não ter participado no socorro a dois homens que sofreram um acidente, perto de Reguengos de Monsaraz, e que acabaram por morrer.
Também no dia 25 de dezembro de 2013, a VMER estava inoperacional quando um acidente na Estrada Nacional (EN) 114, entre Évora e Montemor-o-Novo, que envolveu dois automóveis e um cavalo, provocou quatro mortos e quatro feridos graves.

Hospital abre inquérito
A administração do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) anunciou hoje a abertura de um inquérito interno para averiguar as circunstâncias em que parou, na terça-feira, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER).
Em comunicado, o conselho de administração da unidade hospitalar revelou que analisou a situação numa reunião realizada na quarta-feira, tendo determinado "a abertura de um inquérito interno para averiguar os factos".
No documento, a administração do HESE assinalou que, "apesar da dificuldade no recrutamento de recursos humanos, há um empenho constante em garantir a operacionalidade da VMER", instalada no hospital.
"Isso revela-se no aumento crescente das taxas de operacionalidade registadas ao longo deste ano, que atingiram uma média de 96,4 por vento", pode ler-se no comunicado.
O conselho de administração do hospital indicou ainda que "a escala de setembro da VMER tem todos os turnos operacionais até ao fim do mês".
Por Lusa