"O concurso para a contratação de médicos de família", lançado em abril de 2014 pelo Ministério da Saúde, "está congelado e suspenso", disse à agência Lusa o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, afirmando que já se está "a aguardar há demasiado tempo" para se resolver uma situação que é "urgente".

O concurso previa a contratação de 200 médicos de família, 20 dos quais para a zona da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), que poderia representar, segundo estimativas da SRCOM, "36 mil utentes com médico de família".

Carlos Cortes realçou que as 20 vagas para a região Centro permitiriam reforçar "zonas muito deficitárias, principalmente nas áreas do interior" da região, frisando ainda que, ao todo, seriam necessários 75 médicos de família para "fazer face aos 130 mil utentes que estão atualmente desprotegidos".

"A ideia com que nós ficamos é que há sempre anúncios espetaculares de contratações, mas depois não acontece nada", sublinhou, referindo que os problemas no Serviço Nacional de Saúde "não se resolvem com anúncios mediáticos, mas sim com decisões consequentes".

Para o presidente da SRCOM, os problemas que se observam nas urgências hospitalares resolvem-se com "um reforço do atendimento dos cuidados de saúde primários".

"O Ministério da Saúde investe em anúncios e não no Serviço Nacional de Saúde", que "não dá a resposta que deveria dar", por "falta de recursos humanos e materiais", observou.

De acordo com a SRCOM, o concurso prevê a contratação de médicos para o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Cova da Beira (3), ACES do Pinhal Litoral (4), ACES Pinhal Interior (2), ACES Baixo Vouga (4), ACES Dão Lafões (5), ACES Baixo Mondego (2).

A Administração Central do Sistema de Saúde informou no seu “site”, na terça-feira, que o recrutamento dos 200 médicos de família encontra-se a "aguardar por autorização do Ministério das Finanças para a sua conclusão, dado terem decorrido mais de seis meses após a abertura deste procedimento concursal".