A aposta efetiva no processo clínico único informatizado; a informatização plena dos exames complementares de diagnóstico e terapêutica; o reforço da ligação entre Centros de Saúde e Cuidados Hospitalares; a melhoria dos tempos de espera pela primeira consulta a nível hospitalar; o reforço da largura de banda e atualização de hardware em muitas das unidades de saúde; a centralização das inúmeras aplicações eletrónicas utilizadas na prática clínica num portal único: estas são algumas das recomendações sugeridas pelos médicos no âmbito do grande inquérito levado a cabo pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Para Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, "é tempo de o Governo permitir que os médicos se foquem naquilo que é essencial: tratar os doentes e salvar vidas".

De acordo com o mesmo responsável, "a classe médica não pode continuar a estar refém dos inúmeros procedimentos informáticos e burocráticos que manietam e impedem os clínicos portugueses de fazerem aquilo para que foram treinados: curar pessoas".

Para Carlos Cortes são "inaceitáveis as condições a que os médicos estão sujeitos devido à burocracia que devem cumprir, o que lhes retira tempo importante na relação com os doentes e capacidade de acompanhar plenamente as necessidades concretas de cada utente".

"A burocratização do setor faz com que os profissionais de saúde sejam continuamente dependentes de múltiplos procedimentos administrativos que têm retirado o tempo necessário a quem quer cuidar dos seus doentes", denunciou.