"Em nome dos 2600 que morreram antes de serem operados, em nome dos mais de 27 mil doentes que ficaram em lista de espera por uma cirurgia nestes últimos três anos, e em nome da verdade, da transparência e da seriedade, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos exige ao Ministério da Saúde a divulgação da correta lista de espera para consultas e cirurgias na região Centro, sem recurso irregular de limpeza de ficheiros e manobras administrativas", reivindica o organismo em comunicado.

O pedido do presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, surge na sequência da divulgação da auditoria do Tribunal de Contas ao acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde, no âmbito da qual se concluiu que os resultados apresentados publicamente são falsos.

É a indignidade e o colapso da ACSS

"O Ministério da Saúde, através da  Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), apagou pedidos de consultas e cirurgias, falseou listas de espera, enganou os doentes, desvalorizou o seu sofrimento. É a indignidade e o colapso da ACSS", lamenta Carlos Cortes. "A SRCOM já alertou por diversas vezes a falsidade dos dados apresentados pela tutela, face às denúncias de profissionais e doentes. Esta auditoria do Tribunal de Contas prova esta dura realidade e dá razão às denúncias da SRCOM", sublinha.

Para evitar que a ACSS seja um instrumento de marketing político, tem de existir uma entidade externa a verificar o procedimento dos hospitais, defende Carlos Cortes. "Combater a diminuição artificial das listas de espera e tempos de espera de consulta é estar a defender os doentes que acorrem ao Serviço Nacional de Saúde e valorizar o trabalho dos profissionais", salineta.

ACSS tem de divulgar dados rigorosos, os registos nos hospitais não podem falsear os pedidos de quem sofre

A SRCOM apela ainda: "a ACSS tem de divulgar dados rigorosos, os registos nos hospitais não podem falsear os pedidos de quem sofre".

"As cativações financeiras têm rosto humano no Serviço Nacional de Saúde. A SRCOM tudo fará para defender o SNS e conhecer a verdade dos números na Região Centro", concluiu Carlos Cortes.