30 de maio de 2014 - 14h44
O bastonário da Ordem dos Médicos acusou hoje o Ministério da Saúde de pagar aos médicos cubanos “sem especialidade” o dobro do que paga aos portugueses e de deixar que estes emigrem ou se reformem mais cedo.
Numa conferência de imprensa em que a Ordem dos Médicos apresentou um “memorando de exigências” ao Ministério da Saúde, o bastonário José Manuel Silva disse que se existem portugueses sem médico de família é devido às reformas antecipadas, uma opção dos clínicos que são penalizados quando optam por continuar a trabalhar, por causa da alteração do cálculo das reformas.
“Os médicos reformam-se hoje cerca de 10 anos mais cedo, por causa das medidas deste governo. Perderam-se cerca de 10 anos de trabalho médico”, disse.
A Ordem preconiza que sejam contratados os médicos de família reformados, porque “são necessários e enquanto não existirem médicos especialistas suficientes, o que acontecerá dentro de seis anos”.
“É muito mais rentável, tem mais qualidade e tem menos custo contratar médicos reformados do que médicos cubanos”, disse José Manuel Silva, revelando que o Estado português gasta 5.000 euros por mês com cada médico cubano.
“O ministro da Saúde diz que é bom gestor, mas não se preocupa que estejam a emigrar médicos de família, a quem paga o preço de 15 euros à hora, porque não lhes quer pagar metade do que vai representar a despesa com médicos cubanos para o Estado português”, adiantou.
Por SAPO Saúde com Lusa