A média de idades dos médicos dentistas a exercer em Portugal é de 38 anos, havendo 4.206 médicos dentistas com menos de 35 anos, havendo apenas 253 médicos dentistas com mais de 60 anos.

Os “Números da Ordem” mostram ainda que a emigração tem crescido de forma exponencial na medicina dentária. O número de médicos dentistas com inscrição suspensa na OMD aumentou quase 19% no ano passado face a 2015. A emigração é o principal motivo.

Desde 2007, o número de médicos dentistas com inscrição suspensa e anulada, portanto inativos, na OMD quase que duplicou, passando de 689 em 2007 para 1.300 no ano passado. Ou seja, atualmente 12% dos membros da OMD têm a sua inscrição suspensa, um número sem precedentes.

Ainda assim, sublinha o bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, “se é verdade que a emigração atingiu valores nunca vistos, ela não tem sido suficiente para diminuir o número de médicos dentistas a exercer em Portugal. Das universidades continuam a sair anualmente centenas de profissionais sem qualquer perspetiva de trabalho estável e sem ter em conta as necessidades do país. Um problema que carece de solução e que os ministérios da Educação e da Saúde não resolvem, apesar de devidamente alertados”.

Reino Unido e a França são os principais destinos

O Reino Unido e a França são os principais países de destino dos médicos dentistas que emigram, sendo ainda uma incógnita o que irá acontecer após a saída do Reino Unido da União Europeia. De sublinhar que o número de médicos dentistas inativos na OMD há mais de cinco anos, visto como um indicador de que dificilmente voltarão a exercer em Portugal, tem subido consecutivamente nos últimos anos.

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O rácio de habitantes por médicos dentistas em Portugal já ultrapassa muito a média definida pela Organização Mundial de Saúde. Lezíria do Tejo e Alentejo Central são as regiões do país com menor saturação de médicos dentistas, enquanto as áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa e as regiões de Coimbra, Viseu Dão-Lafões e Terras de Trás-os-Montes concentram o maior número de médicos dentistas.

A taxa de feminização da profissão continua a subir e a percentagem de mulheres supera já os 59%, uma tendência que vai acentuar-se nos próximos anos, já que nas faculdades que lecionam o mestrado integrado de medicina dentária a percentagem de alunos do sexo masculino é de apenas 32%.

Atualmente, existem 3.200 alunos inscritos no mestrado integrado de medicina dentária lecionado em 7 faculdades nacionais, sendo que quase 20% são alunos estrangeiros, sobretudo oriundos de França, Espanha e Itália.

O bastonário da OMD explica que “a medicina dentária em Portugal é das mais evoluídas do mundo e tem tido um reconhecimento internacional crescente. É esta a justificação para o aumento do número de alunos estrangeiros que optam por fazer a sua formação no nosso país para depois exercerem nos seus países de origem. Esta é, sem dúvida, uma oportunidade a explorar pelas faculdades em Portugal, porque permite reduzir o número de alunos portugueses sem perda de receita. Seria uma forma de estas instituições, públicas e privadas, contribuírem para a minimização do problema flagrante que é o excesso de médicos dentistas”.