Na assinatura de contratos entre o CHSJ e a Direção Geral de Saúde para o processo de certificação e acreditação das onze unidades, chamadas agora centros de referência, Francisco George considerou que “estes contratos são da maior importância no quadro de Portugal, incluindo as regiões autónomas, porque estas unidades podem receber doentes de todo o país”.

Segundo explicou, “deixa de prevalecer a referência geográfica da residência do doente para passar a ser mais importante a referência em relação ao tratamento da doença”.

“Mas, por outro lado, estamos envolvidos num grande movimento, no contexto europeu, para a mobilidade de doentes, e é também neste sentido que estes centros têm toda a importância, visto que no conjunto da União Europeia, a acreditação destes centros também interessa a doentes de qualquer um dos outros países dos 28 estados membros da União”, sublinhou.

Em declarações aos jornalistas, o diretor clínico do CHSJ, José Artur Paiva, referiu que se trata de “um processo que promove a cooperação interinstituições e inter-hospitalares, polarizando em determinados hospitais um acervo de experiência de intervenções que, para serem bem feitas, precisam de ser feitas muitas vezes”.

“Cria-se uma 'network', uma rede de discussão de casos, que promove a cooperação interinstitucional, que permite a todo o cidadão com uma determinada patologia, que neste caso são onze, que seja discutida numa rede de conhecimento mais alargada e, portanto, mais segura para o doente. Promove, além do acesso à discussão, o acesso à transferência, quando isso se justifica”, explicou.

No fundo – acrescentou – “o que estamos a fazer aqui não é o fim de um processo, é certo que fomos selecionados para ter na região Norte a maioria dos centros de referência nas várias áreas, desde a oncologia, pediatria ou a transplantação, por exemplo, mas mais do que isso é o início de um processo porque vai promover uma metodologia de certificação e acreditação que, com avaliação contínua do que fazemos, cria círculos virtuosos de melhoria de qualidade sistemática”.

José Artur Paiva anunciou ainda duas candidaturas a centros de referência europeus, “uma delas pertencente a um destes onze centros de referência nacional, na área das doenças hereditárias e do metabolismo, e outra área não identificada ainda nacionalmente como centro de referência que é a área do cancro genético”.

“A Europa teve a mesma consciência que Portugal tem, isto é, o acesso dos cidadãos dos países europeus à qualidade em saúde não é igual e, portanto, é importante identificar vários polos dentro da Europa que são muito bons no tratamento de determinada patologia. Portugal está dentro deste barco e, felizmente, é polarizador em algumas patologias”, frisou.

Na cerimónia foram assinados contratos de Certificação e Acreditação nacional para as áreas clínicas de Cardiologia de Intervenção Estrutural, Cardiopatias Congénitas, Doenças Hereditárias do Metabolismo, Oncologia de Adultos - Cancro do Esófago, Oncologia de Adultos - Cancro do Testículo, Oncologia de Adultos - Cancro do Reto, Oncologia de Adultos - Cancro Hepatobilio/Pancreático, Transplante de Rim Adultos, Epilepsia Refratária, Oncologia Pediátrica e Transplante de Coração de Adultos.