A OMS dedicou uma sessão do conselho executivo, que está a decorrer esta semana em Genebra, ao surto do vírus Zika, que afeta mais de vinte países na América Latina e que ameaça "consequências alarmantes".

A situação mais grave é a do Brasil, onde o ministério da Saúde estima a ocorrência de entre 497.593 e 1.482.701 casos em 2015, incluindo 3.893 casos de microcefalia.

A Colômbia é o segundo país mais atingido, tendo sido confirmados 13.808 casos, incluindo em 890 grávidas, e 2.611 casos suspeitos.

A diretora da OMS adiantou ainda que são esperados pelo menos 3 a 4 milhões de casos de infeção pelo vírus nos próximos meses no continente americano. A última vez que a OMS determinou uma emergência sanitária de alcance internacional foi durante o surto de Ébola em África que fez mais de 11 mil vítima mortais.

O vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos (aedes aegypti) infetados e está associado a complicações neurológicas e malformações em fetos. Não se transmite de pessoa para pessoa, garante a Direção-geral de Saúde.

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A Organização Mundial de Saúde tem mais dúvidas: há pelo menos dois casos relatados na literatura médica de transmissão do vírus por via sexual, um em 2005 e outro em 2011.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que "os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares".

Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais. Há sérias suspeitas (ainda não inteiramente comprovadas cientificamente) que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia.

O mosquito que transmite o vírus Zika é o mesmo que transmite a dengue, a febre por chikungunya e a febre amarela.