Durante a sessão de apresentação do projeto, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu, Ermida Rebelo, explicou que foi feita uma candidatura ao Portugal 2020 e que espera, "a curto prazo, luz verde por parte de quem decide para se iniciar o projeto", sendo necessário lançar um concurso internacional.

"É nossa esperança que possa começar-se no início do segundo semestre de 2017 e estar pronto no quarto trimestre de 2018", frisou, acrescentando que, "se o montante elegível não for suficiente, o Centro Hospitalar Tondela Viseu, com fundos próprios, fará a obra".

A urgência polivalente está situada no Hospital de S. Teotónio, em Viseu, que foi inaugurado há 20 anos. "Tinha todas as condições, mas, hoje, passados 20 anos, detetamos alguns constrangimentos em termos de recursos humanos, materiais e técnicos e físicos", admitiu Ermida Rebelo.

Segundo o responsável, a falta de espaço da urgência polivalente "é um constrangimento que urge resolver", atendendo aos cerca de 95 mil episódios de urgência registados por ano.

O projeto prevê a construção de uma nova entrada na urgência e de um novo edifício de três pisos e a remodelação do espaço atual. Diretora clínica do centro hospitalar, Helena Pinho, considerou que desta forma serão resolvidos os problemas de falta de espaço que, neste momento, impedem, por exemplo, a colocação de mais de 52 macas sem por em risco a possibilidade de levar pessoas para reanimação.

A responsável explicou que ficará também resolvida a incapacidade atual "de separar os doentes urgentes dos doentes muito pouco urgentes". "Estão todos misturados e isso traz problemas acrescidos. Traz muita gente para dentro da urgência que não devia cá estar e traz sobretudo muita gente que, como espera muito tempo, fica com falta de paciência e interfere no tratamento dos doentes relativamente urgentes", lamentou.

A criação de uma área com doze postos que permitirá monitorizar os doentes continuamente, o aumento do número de gabinetes e a separação de "alguns doentes que são tradicionalmente de ambulatório (como os de psiquiatria, otorrino e oftalmologia)" são outras melhorias que as obras permitirão. "Um dos grandes problemas que temos hoje em dia em trabalho de pico é nem sequer conseguirmos reforçar muito as equipas, porque não temos mais gabinetes de observação. Não vale a pena estar a por lá mais dez médicos se eles não tiverem sítio para ver os doentes", sublinhou.

Ermida Rebelo explicou que outro constrangimento que existe em termos físicos é a falta de espaço na unidade de oncologia, que "cresceu muito em termos do número de utentes".

O responsável fez votos de que a anunciada criação da unidade de radioterapia no Centro Hospitalar Tondela Viseu possa vir a ser "uma oportunidade de transferir para uma nova unidade, a médio prazo, toda a área da oncologia de ambulatório, com subsequentes tratamentos quer de quimioterapia quer de radioterapia".

"O anúncio da radioterapia pode envolver algo maior que será a concretização do centro oncológico", frisou.