A empreitada irá decorrer sem que seja interrompido o funcionamento do serviço, pelo que o presidente da administração do CHEDV espera que a população seja "compreensiva" quanto aos incómodos que as obras poderão representar durante dois a três meses.

"O Serviço de Urgência não vai funcionar tão bem como até aqui porque vai estar condicionado pelo facto de ter algumas áreas intervencionadas com estas obras", declarou hoje o presidente Miguel Paiva em conferência de imprensa.

O responsável disse porém estar convencido “de que isto é o que se chama dar um passo atrás para depois dar dois em frente para, daqui a três meses, ter um Serviço de Urgência mais funcional, com melhores condições de trabalho e mais conforto para doentes e acompanhantes".

Com base num projeto de arquitetura que custou cerca de 10.000 euros, a empreitada está orçada em 190.000 euros (mais IVA) e será totalmente financiada por "fundos próprios do hospital".

Os trabalhos visam, em primeiro lugar, melhorar a área de entrada na Urgência, que Miguel Paiva assume que "hoje não é funcional e carece de ser dimensionada".

O projeto prevê também a criação de uma zona de espera para doentes e acompanhantes, já que é obrigação legal que uma Urgência proporcione essas condições aos utentes, mas, até aqui, não havia no hospital de São João da Madeira um espaço especificamente concebido para o efeito.

A empreitada visa ainda reconfigurar as duas atuais salas de observação terapêutica, para que essas possam fundir-se num único espaço, mais amplo, e assim "facilitar a médicos e enfermeiros a monitorização dos doentes" que aí estejam em tratamento.

Jorge Gonçalves, diretor do serviço de Instalações e Equipamentos do CHEDV, reconhece que as obras irão causar "barulho e pó", mas garante que a intervenção irá "salvaguardar os utentes para que não sofram muito".

Anuncia, por isso, que nas salas intervencionadas se irão "colocar divisórias e selar todas as arestas", de modo a evitar a propagação de pó e atenuar a repercussão sonora dos trabalhos.

Recursos mais tradicionais, como "aplicação de panos molhados" em fendas e aberturas, também serão uma medida a adotar, tendo em conta que o hospital "tem largas dezenas de anos e não é vedado como se vê noutras unidades" mais atuais.

Miguel Paiva adianta, por fim, que, para uma melhor gestão das expectativas do público, será disponibilizada "informação permanente aos utentes" na receção do hospital, onde, no mês de março, deu entrada no Serviço de Urgência "uma média superior a 100 doentes por dia".

A requalificação da Urgência do Hospital de São João da Madeira deverá assim terminar em agosto e surge numa altura em que se preparam para abrir na cidade duas unidades de saúde privadas: uma clínica CUF e outra do Grupo Trofa Saúde.