O neuro-psiquiatra francês David Servan-Schreiber, que se tornou célebre por defender a utilização de métodos paralelos contra a depressão e o cancro, morreu no domingo devido a uma recaída de um cancro do cérebro diagnosticado em 1992.

David Servan-Schreiber, de 50 anos, "morreu em paz e serenamente” no hospital em Fécamp, noroeste, onde estava “há três dias em semi-coma”, rodeado por membros da família, disse o irmão do médico, Franklin.

Denominado por vezes como o “profeta do bem-estar”, o neuro-psiquiatra obteve um enorme sucesso com as obras “Guérir” em 2003 e “Anticancer” em 2007, que foram traduzidas em dezenas de línguas.

Nascido a 21 de abril de 1961 em Neuilly, entrou na faculdade de Medicina Necker-Enfants Malades em 1978 e concluiu os estudos na Universidade Laval no Quebec em 1984.

Em 1985 tornou-se investigador em Pittsburg (Estados Unidos) e em 1988 criou um laboratório de neuro-ciências cognitivas clínicas, que codirigiu até 1997.

Em 1998, o neuro-psiquiatra criou em Pittsburg um centro de medicina complementar e em 2002 recebeu o prémio de melhor psiquiatra da Pensilvânia.

No livro “Guérir”, Servan-Schreiber debruça-se sobre a depressão, o stress e a ansiedade, que defende que podem ser combatidos com tratamentos naturais “sem medicamentos nem psicanálise”.

Na obra "Anticancer: prévenir et lutter grâce à nos défenses naturelles", o médico vai mais longe.

Publicado depois de uma primeira recaída de um cancro diagnosticado em 1992, o médico defende a utilização de métodos não convencionais – exercício físico, meditação, luta contra o stress, nutrição controlada – que aumentam o potencial natural de autodefesa, para reforçar as terapias clássicas.

Apesar de ter afirmado e reafirmado que estes métodos deveriam ser apenas um reforço das terapias convencionais, o médico foi criticado por pares oncologistas que o acusaram de propor regras “simplistas, sem provas científicas”.

25 de junho de 2011

Fonte: Lusa