Mais de mil obesos foram submetidos a uma cirurgia contra a obesidade nos primeiros seis meses deste ano, número que seria maior se os doentes estivessem a ser encaminhados para o setor privado, admitiu um responsável do programa.

Criado há dois anos, o Programa de Tratamento Cirúrgico de Obesidade (PTCO) previa a realização de 2.500 cirurgias de tratamento da obesidade por ano e um máximo de nove meses de espera por esta solução.

No primeiro ano, o PTCO obteve uma taxa de execução na ordem dos 70 por cento, com 1.904 cirurgias realizadas.

De acordo com Silva Nunes, um dos responsáveis pelo programa, nos primeiros seis meses deste ano foram efetuadas 1.064 cirurgias bariátricas (que reduz o espaço do estômago), todas em centros públicos.

O especialista reconhece que, provavelmente, o objetivo das 2.500 cirurgias não será alcançado e admite que existem listas de espera que podiam ser menores caso os doentes fossem encaminhados para o setor privado.

“Obviamente que se alguns doentes fossem encaminhados para o privado existiriam menos em lista de espera”, disse.

Silva Nunes sublinha, contudo, que o PTCO tem como objetivo dar resposta aos doentes nos centros públicos e só quando isso não for possível é que a solução poderá passar pelos centros privados.

Questionado sobre a razão pela qual os doentes não estão a ser encaminhados para o privado, mesmo quando não obtêm resposta no público, o especialista disse desconhecer o motivo.

Sobre as alegadas dívidas aos profissionais que efetuaram as cirurgias ao abrigo deste programa, Silva Nunes não pormenorizou, mas esclareceu que os atrasos podem ter razões burocráticas.

“Só em outubro de 2011 é que foi fechada a contabilidade de 2010”, disse.

O Programa está a ser aplicado em 19 hospitais públicos de todo o país, tendo uma verba anual de 9,6 milhões de euros.

28 de dezembro de 2011

@Lusa