O estudo da Universidade de Cambridge, em Inglaterra, cujos resultados foram publicados na revista científica Nature Communications, demonstra que o metabolismo da vitamina D e a atividade de um quarto dos nossos genes (5.136 num total de 22.822 testados) varia consoante a altura do ano.

De acordo com os cientistas, esta sazonalidade afeta as células do sistema imunitário, a composição do sangue e dos tecidos adiposos, o que poderá explicar por que razão a intensidade de patologias como a diabetes tipo 1, esclerose múltipla ou os distúrbios psiquiátricos se agrava nos meses mais frios, atenuando-se no verão.

A equipa da Universidade de Cambridge analisou 16.000 pessoas dois hemisférios e naturais de países como o Reino Unido, Estados Unidos, Islândia e Gâmbia, tendo descoberto que milhares de genes se "expressam" de forma diferente consoante a estação do ano.

Um dos genes que mais interessou aos investigadores foi o ARNTL, um gene "mais ativo no verão e menos no inverno" e que, segundo trabalhos anteriores com ratinhos, é capaz de suprimir a inflamação durante as estações mais frias.

"Sabemos que os humanos se adaptam a ambientes em mudança e este estudo sugere que o sistema imunitário também se adapta à variação das estações do ano", explica, Chris Wallace, um dos cientistas envolvidos no estudo, em comunicado.

Para os especialistas, o facto de nos sentirmos mais saudáveis no verão pode ter a ver com fatores como a maior quantidade de luz solar e a temperatura ambiente mais elevada.

Porém, os mecanismos por detrás destas alterações celulares são ainda desconhecidos, referem os cientistas.