21 de janeiro de 2013 – 17h45
A Sociedade Portuguesa da Contraceção (SPDC) reiterou esta segunda-feira que o uso da pílula contracetiva é seguro, frisando que é um dos medicamentos “mais estudados” e que não existem razões para as mulheres deixarem de a tomar.
A posição da SPDC surge na sequência de uma polémica surgida em França, em dezembro do ano passado, quando uma jovem vítima de um acidente cardiovascular cerebral atribuiu o problema ao uso da pílula, entrando com uma ação na justiça.
Em comunicado divulgado hoje, a Sociedade Portuguesa da Contraceção refere que, desde o surgimento da pílula, “a investigação tem sido permanente no sentido da redução dos riscos, com diminuição da dose de estrogénios, a introdução recente de estrogénios naturais e o desenvolvimento de progestativos com uma ação progressivamente mais seletiva”.
Embora raro, o tromboembolismo venoso é um dos riscos que tem “levantado mais preocupação, pela sua gravidade, relativamente ao uso da pílula”, refere, acrescentando que “o risco tromboembolico está relacionado com a dose de estrogénios, podendo ser potenciado pelo progestativo em uso”.
“De facto, o risco de tromboembolismo é diferente para as pílulas com progestativos de 2ª, 3ª geração e novos progestativos (como é o caso da drospirenona) mas os benefícios também são diferentes, pelo que não há razão para as mulheres abandonarem a toma da pílula contracetiva”, salienta a sociedade científica.
A evidência científica é de que o risco de tromboembolismo venoso nas mulheres que não utilizam a pílula é de 4-5/10.000 mulheres em idade reprodutiva e nas utilizadoras de pílula é de 9-10/10.000.
Em comparação, o risco de tromboembolismo associado à gravidez é de 29/10.000 mulheres e aumenta para 300-400/10.000 no pós-parto imediato, refere a SPDC no comunicado.
Lusa