A insuficiência cardíaca é uma doença caracterizada pelo facto do coração não conseguir bombear sangue suficiente para todos os órgãos do corpo, podendo dar origem a complicações adicionais quando não é tratada.

Estima-se que uma em cada cinco pessoas desenvolva insuficiência cardíaca ao longo da sua vida, uma situação clínica debilitante.

Sintomas

Os primeiros sinais de alerta para a insuficiência cardíaca são a dificuldade em respirar (dispneia), o inchaço dos membros inferiores devido à acumulação de líquidos, uma fadiga intensa, tosse ou pieira, náuseas e aumento de peso.

Nuno Lousada, cardiologista e administrador da Fundação Portuguesa do Coração, recorda que "cinco anos é o tempo médio de vida para metade dos doentes com insuficiência cardíaca, após o seu diagnóstico".

"É urgente aumentar o reconhecimento e conhecimento público dos sintomas da insuficiência cardíaca. Apesar da melhoria de cuidados verificada nos últimos 20 anos, a mortalidade por insuficiência cardíaca permanece inaceitavelmente elevada", explica o clínico.

Causas do enfraquecimento do músculo cardíaco

Esta doença ocorre muitas vezes devido a lesão do músculo cardíaco, o que pode acontecer após um ataque cardíaco ou outra doença que afete o coração, ou devido a uma lesão continuada e mais gradual, como acontece na diabetes, hipertensão, doença arterial coronária, colesterol elevado, consumo excessivo de álcool ou abuso de drogas. Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca não tem uma única causa.

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O risco de desenvolver insuficiência cardíaca aumenta com a idade e, em geral, tem tendência a ser mais frequente nos homens do que nas mulheres.

Prevenção

Evitar que a insuficiência cardíaca entre nas nossas vidas passa, sobretudo, pela adoção de estilos de vida saudáveis. "Parece que estamos sempre a dizer o mesmo: comam bem, não fumam, façam exercício… Mas isto, de facto, serve para todas as doenças", comenta Brenda Moura, médica cardiologista e coordenadora do Grupo de Estudos de Insuficiência Cardíaca, na Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

"As doenças cardíacas e cardiovasculares numa fase final podem dar origem a insuficiência cardíaca. Se tivermos hábitos de vida saudáveis, não vamos ter diabetes, hipertensão… Logo o risco de ter um enfarte do miocárdio é menor. E porque não tivemos diabetes, nem hipertensão, nem um enfarte não vamos ter insuficiência cardíaca", sintetiza a especialista.

Um doente com insuficiência cardíaca diagnosticada e sujeito a medicação não pode ter comportamentos de risco, sejam eles abandonar a medicação ou abusar do sal. "Não basta tomar o comprimido e depois fazer refeições com um teor salino altíssimo. É preciso adotar um estilo de vida saudável e cumprir, à regra, a toma de medicação", alerta Brenda Moura.