Estes dados foram hoje apresentados em Lisboa pelo diretor do Programa Nacional para as Doenças Cérebro Cardiovasculares, Rui Cruz Ferreira, que expôs os mais recentes números da evolução daquelas patologias em Portugal.

“O número de doentes que recorre aos serviços de urgência por iniciativa própria, sem desencadear a resposta do INEM, é muito significativo”, afirmou o médico, lembrando que a rapidez na ajuda especializada é fundamental nos casos de enfarte e de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Por um lado, Rui Cruz Ferreira considera que é necessário dar mais informação às pessoas sobre a forma correta de agir, o que pode ser feito nomeadamente através dos médicos de família.

Chamar o 112

Por outro lado, o especialista diz que os doentes têm muitas vezes a perceção errada de que os seus sintomas não representam um quadro grave e optam por não chamar o 112.

“Saber o que fazer em caso de AVC e enfarte é tão importante como saber o seu número de telefone”, comentou o diretor-geral da Saúde, Francisco George, recordando que, fora das áreas urbanas, há muito o hábito de estabelecer contacto direto com os bombeiros.

Rui Cruz Ferreira vinca que chamar o 112 é a mensagem a reter, para que a ajuda especializada chegue depressa e o doente seja encaminhado para a unidade de saúde com o tratamento adequado a cada situação.

Sobre o relatório “Doenças Cérebro-Cardiovasculares em Números 2014”, a direção-geral da Saúde sublinha a redução da taxa de mortalidade prematura, que é medida pelos “anos potenciais de vida perdidos” que corresponde ao número de anos que, teoricamente, uma população deixa de viver por morte prematura, antes dos 70 anos.

De acordo com os dados hoje apresentados, entre 2008 e 2012 houve uma redução de 18,91% nos anos potenciais de vida perdidos por doença do aparelho circulatório.

Francisco George lembrou o compromisso de Portugal perante a Organização Mundial de Saúde de diminuir a taxa de mortalidade prematura por todas as causas, considerando que se está no bom caminho.