14 de abril de 2014 - 08h33
Os portugueses continuam a inscrever-se nos ginásios, apesar das dificuldades económicas, e mais de metade das unidades aumentaram o número de clientes em 2013, afirmou hoje o presidente da associação do setor.
Com base nos resultados do Barómetro 2013, realizado para a Associação de Ginásios de Portugal (Agap), José Castro, analisou a situação e salientou que "o número de clientes foi a surpresa positiva e, apesar da crise, mais de metade dos ginásios aumentaram o número de clientes", revelando um crescimento de 24% na comparação com 2012 e chegando aos 138.485.
"Cerca de mil pessoas por dia voltam ou inscrevem-se", o que "é um número muito interessante para nós e é a prova de que os portugueses já sabem que ir ao ginásio faz bem à saúde", defendeu José Castro, em declarações à agência Lusa.
"Sabemos que cada vez mais as pessoas não têm capacidade económica para despesas, mas continuam a dar muita atenção à sua situação física e não só por estética, mas sim pela saúde", acrescentou o presidente da Agap.
Portugal está a aproximar-se da média europeia no que respeita à frequência de ginásios e o responsável avançou que há cerca de um ano, o país tinha descido a níveis de 5% de penetração no mercado, mas, neste momento, deve estar perto dos 7%.
O Eurobarómetro mostra que, a nível europeu, a penetração do "fitness" no mercado é de 12%, por isso, "ainda temos muito que crescer", realçou José Castro.
Foram 284 os ginásios que responderam ao inquérito, 132 são do sul e ilhas, 93 são do norte e 41 do centro, 64,7% têm menos de 750 metros quadrados e 12% apresentam áreas superiores a 1.500 m2.
30% dos ginásios notam quebra
José Castro referiu como ponto negativo que 30% dos ginásios continuam a registar uma quebra de clientes e 36% desceram a faturação, mas os restantes já registam um aumento "significativo" do número de praticantes, "muito à custa do preço médio que volta a baixar, com menos 9% em relação a 2012, sendo agora de 35 euros".

Na comparação com dados de 2011, o decréscimo acentua-se e é de 22%, "sem ter em conta a subida da taxa do IVA" que passou para 23% e recolheu críticas do setor.
A distribuição dos ginásios pelo país mantém-se semelhante, as diferenças estão no preço e no facto de serem espaços independentes ou em franchising.
Os ginásios do sul apresentam uma faturação por sócio e por mês superior àquela dos estabelecimentos das regiões centro e norte.
A norte do país, a faturação média é de 27,2 euros por sócio e por mês, no centro o valor é semelhante e no sul aproxima-se de 31 euros.
"Os grandes ginásios têm uma faturação por sócio e por mês bastante superior ao pequeno ginásio, as unidades de maiores dimensões rondam os 36 euros enquanto os de menores dimensões ficam pelos 27 euros", apontou José Castro.
Lusa