Nos meses de verão, o número de cálculos renais tende a aumentar em cerca de 20%.

Nesta altura, o índice de transpiração é maior, o corpo perde líquidos mais facilmente e a quantidade de água filtrada pelos rins é menor, levando a uma maior concentração de sais minerais na urina. São esses sais minerais que formam as pedras. “A ingestão de 2 litros de água por dia pode ajudar a evitar a formação de cálculos renais”, lembra Fernando Nolasco, Presidente da SPN.

“Qualquer pessoa pode ter uma crise provocada por cálculos renais, mas há indivíduos que têm maior predisposição genética para o problema e, por isso, devem ter cuidados redobrados”, acrescenta.

O verão é um período muito propenso a excessos alimentares, porque as rotinas quebram-se e os horários das refeições tornam-se mais irregulares A ingestão de água é fundamental, assim como os sumos naturais de citrinos, que não devem substituir a água, mas são uma boa fonte de hidratação e contribuem para o bom funcionamento renal.

Conselhos dos especialistas

Os horários das refeições devem ser regulares e a prática de exercício físico também ajuda a manter o bom funcionamento renal. “Com a alteração de pequenos hábitos é possível minimizar um conjunto de complicações associadas à doença renal”, refere Fernanda Carvalho, nefrologista e vice-presidente da SPN.

O consumo de alimentos ricos em proteína deve também ser moderado. Carnes vermelhas e marisco devem ser consumidos com moderação, assim como alimentos com excesso de sal. Mas beber muita água é a melhor forma de prevenir a formação de cálculos renais.

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica, considerando qualquer uma das suas cinco fases ou estádios de evolução. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, isto é, sem grandes sintomas, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem possibilidade de qualquer recuperação.

Neste âmbito, os cálculos renais, uma das causas de insuficiência renal, dão uma sintomatologia dolorosa exuberante que alerta a pessoa e a leva ao médico. Contudo, frequentemente, passada a fase aguda, pode passar-se muito tempo sem sintomatologia e acaba por se descorar as regras básicas de alimentação, nas quais está implícita a abundante ingestão de água, ao longo de toda a vida.