Um novo tratamento para a hepatite C do genótipo 1 e que permite obter uma taxa de cura perto dos 80 por cento é um dos temas em análise num encontro, no Porto, disse à Lusa o gastrenterologista José Cotter.

A Semana Digestiva 2012 vai juntar mais de 700 profissionais de saúde e especialistas estrangeiros na Alfândega do Porto para abordar "o que há de novo nas doenças digestivas", entre quarta-feira e 30 de Junho.

Este tratamento já disponível em alguns centros hospitalares, vai estar em análise neste evento, organizado pelas Sociedades Portuguesas de Gastrenterologia e de Endoscopia Digestiva e pela Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado.

Segundo o médico e responsável pela organização da Semana Digestiva, José Cotter, esta nova terapia combina dois novos antivirais (Boceprevir e Telaprevir) com o tratamento convencional e, “nos casos mais difíceis, permite um aumento muito significativo em termos de cura da doença”, rondando os 80 por cento.

A utilização destes fármacos de uso hospitalar é “autorizada caso a caso”, salientou o médico, acrescentando que os resultados deste “tratamento triplo” são “muito positivos em doentes que já tinham feito vários tratamentos e não tinham tido eficácia em termos de cura”.

A Organização Mundial de Saúde estima que em Portugal existam 170 mil pessoas com hepatite C, uma doença para a qual, segundo José Cotter, “há já uma sensibilização maior”.

“É natural que, por isso, se diagnostiquem mais casos”, frisou.

O médico responsável pela organização deste evento salientou ainda a aprovação de uma nova terapêutica biológica para a colite ulcerosa, considerando que o medicamento (adalimumabe) “representa indiscutivelmente um avanço significativo” para os doentes.

“Têm agora mais uma alternativa, pois só dispunham de um medicamento desta família e que com o tempo podia perder eficácia”, sustentou.

A colite ulcerosa é uma doença inflamatória intestinal que causa inflamação no cólon e pode provocar complicações com risco de vida.

Para José Cotter, “rastrear o cancro do cólon revela-se cada vez mais essencial” para pessoas com mais de 50 anos.

O médico considerou mesmo ser uma “irresponsabilidade” não fazer este rastreio, lembrando que existe “a cápsula endoscópica, um exame menos evasivo do que a colonoscopia”.

“O cancro do colon é evitável em cerca de 90 por cento dos casos de for feito um rastreio atempado”, frisou.

26 de junho de 2012

@Lusa