Um estudo epidemiológico realizado em Portugal concluiu que 56% da população portuguesa sofre de hipercolesterolémia.

Este novo fármaco é um inibidor da PCSK9 (pró-proteína convertase subtilisina/quexina tipo 9) aprovado pela CE e está disponível em duas doses iniciais como uma injeção de administração única de 1 mililitro (mL) (75 mg e 150 mg) uma vez a cada duas semanas, oferecendo dois níveis de eficácia. Estará disponível numa caneta pré-cheia de dose única que os doentes autoadministram.

A CE aprovou este medicamento para doentes adultos com hipercolesterolémia primária (hipercolesterolémia familiar heterozigótica - HeFH e não familiar) ou dislipidemia mista como adjuvante da dieta: a) em combinação com uma estatina ou estatina com outros fármacos hipolipemiantes em doentes que não conseguem alcançar os valores alvo de colesterol LDL com a dose máxima tolerada de estatina ou b) isoladamente ou em combinação com outros fármacos hipolipemiantes em doentes intolerantes à estatina ou para quem a estatina é contraindicada. O efeito deste inibidor da PCSK9 na morbilidade e mortalidade cardiovascular (CV) ainda não foi determinado.

Chave no tratamento e prevenção de outras doenças

Alberto Mello e Silva, especialista em Medicina Interna e Cardiologia, afirma que “este medicamento representa uma inovação terapêutica importante na medida em que a PCSK9 é claramente um alvo para o desenvolvimento de novas terapêuticas hipolipemiantes e a sua inibição, induzida farmacologicamente com anticorpos monoclonais, reduz muito substancialmente os níveis do LDL e melhora o perfil de outras frações lipídicas.

A PCSK9 é um regulador hepático dos receptores LDL (LDL-R) e por essa via tem um papel chave na homeostasia do metabolismo do colesterol. A redução do risco cardiovascular observada entre os indivíduos com um déficit da expressão/função de PCSK9, levou ao desenvolvimento de diferentes estratégias para neutralizar a pró-proteína convertase subtilisina/quexina tipo 9 e assim, elevar os níveis de LDL-R no fígado com uma consequente diminuição dos níveis circulantes de LDL.

Os primeiros resultados de estudos clínicos com anticorpos monoclonais anti-PCSK9 confirmam a sua eficácia na redução dos níveis do LDL. Aguardamos os estudos clínicos a longo prazo para se saber se os efeitos benéficos da inibição PCSK9 nos níveis do LDL, se traduzem numa opção terapêutica eficaz e segura, para uma diminuição do risco e de eventos cardiovasculares.”

O colesterol elevado é um problema de saúde preocupante na Europa. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Europa tem a maior prevalência per capita de colesterol elevado no mundo (54%), seguida da Região das Américas (48%).

O colesterol LDL elevado é um grande fator de risco para a doença cardiovascular (DCV), sendo esta a principal causa de morte em todo o mundo.

Apesar do tratamento padrão atual, incluindo estatinas e/ou outros fármacos hipolipemiantes, muitos europeus continuam a ter um colesterol LDL inadequadamente controlado, incluindo os que possuem HeFH, elevado risco CV e/ou antecedentes de intolerância às estatinas. Para alguns destes doentes, são necessárias opções de tratamento adicionais a fim de reduzir o colesterol de forma mais agressiva.