21 de agosto de 2014 - 08h44
Um remédio experimental aplicado em macacos demonstrou ser eficaz no combate a infeções mortais, como a provocada pelo vírus Marburg, muito parecido com o Ébola, informaram cientistas, na quarta-feira.
O Marburg é um vírus da mesma família do ébola, causando igualmente hemorragias graves, febre, vómitos e diarreia. É considerado um dos vírus mais perigosos do mundo, já que a probabilidade de morte é muito alta. Tal como o ébola, é transmitido pelo contato com fluidos corporais.
No estudo, feito com 16 macacos, foi testado um remédio desenvolvido pela empresa canadiana Tekmira Pharmaceuticals.
A droga, cuja composição não foi revelada, interfere no modo como o vírus cresce assim que entra nas células do corpo.
Um grupo recebeu o tratamento entre 30 e 40 minutos após a exposição ao vírus, enquanto outros receberam o medicamento um, dois e três dias depois.
"Todos os animais tratados nos quatro estudos sobreviveram", afirma o autor do estudo, Thomas Geisbert, professor de Microbiologia da University of Texas Medical Branch, em Galveston.
"Esta tecnologia pode ter potencial para combater o Ébola", destacou Geisbert.
Atualmente, não há nenhum medicamento ou vacina para o Ébola, que já matou 1.350 pessoas e infetou 2.473 desde março, na Serra Leoa, Nigéria, Guiné e Libéria, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde.
A Tekmira Pharmaceuticals já iniciou a fase de testes deste medicamento em humanos e, em março, a agência norte-americana que regula o setor dos alimentos e medicamentos deu sinal verde à farmacêutica para agilizar o desenvolvimento do remédio TKM-Ebola.
Os resultados do estudo foram publicados na revista "Science Translation Medicine".
Por SAPO saúde com AFP