O reforço do sistema imunitário dos pacientes pode ter como resultado um aumento da eficácia dos fármacos antirretrovirais, assinala o estudo publicado esta quarta-feira.

Quando uma pessoa é diagnosticada com o VIH é submetida a uma terapia denominada HAART, na sua sigla inglesa, à base de medicamentos antirretrovirais que podem conseguir que o vírus deixe de se reproduzir quase completamente.

Os especialistas sabem que o vírus pode manter a reprodução a níveis baixos e acumular-se de forma latente nos chamados “reservatórios” que se localizam por todo o corpo, podendo causar complicações e até a morte por doenças não relacionadas com a Sida.

Na fase inicial da infeção por VIH é produzida uma proteína vírica denominada “Tat” que tem um papel fundamental na replicação do vírus e a progressão da doença ao debilitar o sistema imunitário do doente.

Desenhando uma vacina que incorpora uma pequena quantidade da proteína “Tat”, os investigadores foram capazes de produzir uma resposta imune para evitar a progressão da doença.

“Pela primeira vez provámos que a terapia antirretroviral pode ser intensificada com uma vacina”, indicou a responsável da equipa de investigadores, Barbara Ensoli, do Instituto Superior Saúde de Roma.

O ensaio clinico foi realizado em 168 pacientes com VIH que receberam a vacina com diferentes concentrações de “Tat” durante períodos de três a cinco meses e que foram combinadas com o tratamento HAART.

Os investigadores perceberam um reforço do sistema imunitário e vão agora realizar um novo estudo de confirmação das conclusões, mas defendem que os resultados são prometedores para o tratamento do VIH no futuro.