Investigadores americanos desenvolveram uma vacina experimental que poderá proteger contra uma forma particularmente mortal da pneumonia pneumocócica, refere um estudo publicado no “Journal of Infectious Diseases”, citado pelo Portal da Saúde do ALERT Life Sciences Computing.

A pneumonia pneumocócica pode ocorrer quando a bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo) infecta os pulmões de um indivíduo. Para além desta patologia, as infecções por este microrganismo podem também causar otite média aguda (OMA), sinusite, ou infecções invasivas de maior gravidade como a bacteriémia, septicemia, meningite, artrite, osteomielite e endocardite. Assim, as infecções provocadas por esta bactéria são causa importante de morbilidade e mortalidade em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que esta seja a responsável por cerca de um milhão de mortes de crianças, por ano.

Apesar de a vacinação pediátrica ter conseguido reduzir drasticamente a incidência de doença pneumocócica em crianças e adultos, tanto pela protecção das crianças vacinadas, como pela redução da transmissão de pessoa a pessoa da infecção, esta não consegue cobrir todas as estirpes causadoras da doença.

Neste estudo os investigadores do Albert Einstein College of Medicine of Yeshiva University, nos EUA, apostaram no desenvolvimento de uma vacina contra o serotipo 3 – uma estirpe de pneumococo que não foi incluída na vacina pediátrica utilizada durante a última década e que tem emergido como causa de pneumonia grave, em adultos e crianças.

Para o desenvolvimento desta nova vacina viva e atenuada, os investigadores focaram-se no gene do serotipo 3 que codifica a pneumolisina, uma toxina produzida por todas as estirpes de pneumococos. Com alteração deste gene, os investigadores esperavam estimular o sistema imune o suficiente para combater a doença mas, por outro lado, impedir que se desenvolva uma resposta inflamatória tão severa, através de uma menor produção da toxina.

O estudo revelou que os ratinhos aos quais foi administrada a vacina atenuada desenvolveram, de facto, uma resposta inflamatória mais leve do que os que receberam a vacina controlo. De realçar que, dos cinco ratinhos injectados com a estirpe atenuada, quatro sobreviveram a uma infecção posterior com a estirpe não atenuada, a qual foi letal para os ratinhos que não foram vacinados.

O investigador principal do estudo, Liise-anne Pirofski, e os seus colaboradores, explicam, em comunicado, que este método de reduzir a expressão do gene já tinha sido utilizado em vírus, mas esta é a primeira vez que é utilizado, com sucesso, no controlo da virulência de bactérias. Concluindo que, os resultados do estudo podem assim conduzir ao desenvolvimento de vacinas pneumocócicas baseadas em estirpes atenuadas.

27 de fevereiro de 2011

Fonte: RCM Pharma