13 de fevereiro de 2014 - 08h39

Uma nova vacina contra a tuberculose poderá ser brevemente testada em humanos, preveem os resultados de uma pesquisa desenvolvida por cientistas de 35 organizações mundiais de investigação e desenvolvida com o apoio da União Europeia, revelou hoje a Horizon-Magazine.

Segundo a publicação da União Europeia, a potencial vacina contra a doença, que anualmente mata 1,3 milhão de pessoas no mundo, está a ser desenvolvida por cientistas do Reino Unido, Alemanha, Argentina e Coreia do Sul.

O projeto, que deverá terminar no dia 28 de fevereiro, está centrado nas formas de bloqueio da transmissão da doença, bem como na prevenção da infeção latente para que esta não se transforme numa verdadeira tuberculose. O projeto descobriu cerca de 40 potenciais vacinas de tuberculose, das quais quatro foram legalmente certificadas para início de testes em seres humanos.

Ouvido pela Lusa, o diretor do programa nacional de tuberculose em Moçambique, Ivan Matsinhe, considerou hoje que a descoberta de uma vacina seria “uma grande vantagem” para países como Moçambique que integra a lista dos 22 estados que a nível mundial contribuem para 80% da doença.

“A descoberta de uma vacina que possa ter um efeito profilático e eventualmente terapêutico seria para países como Moçambique, que tem um alto peso da doença, uma grande vantagem”, disse Ivan Manhiça.

Anualmente, Moçambique deteta cerca de 50 mil casos de tuberculose e, a nível mundial, 3,5 milhões de pessoas são diagnosticadas com novos casos da doença, segundo o responsável pelo programa de tuberculose no país.

“A descoberta desta vacina seria naturalmente um grande avanço, pois iria contribuir para alcançar não só os cerca de 3,5 milhões de casos que são perdidos anualmente, mas também poderíamos pensar numa possível eliminação de doença”, afirmou.

Moçambique ainda não tem uma vacina profilática para a
tuberculose, possuindo somente a BCG (Bacilo Calmette-Guérin), vacina
utilizada para a prevenção da tuberculose, que é administrada em
crianças, conferindo alguma proteção em relação ao desenvolvimento de
formas maios graves da epidemia.

Segundo a Organização Mundial da
Saúde, na União Europeia, sete pessoas morrem por hora devido a
tuberculose e cerca de um terço da população mundial está infetada com o
bacilo de Koch.

“As novas vacinas são a única solução
sustentável que pode ter um impacto significativo no combate à epidemia
global da tuberculose”, considerou o diretor da Iniciativa Vacina para
Tuberculose (TBVI, na sigla em inglês), Jelle Thole, citado no artigo da
Horizon-Magazine da União Europeia.

SAPO Saúde com Lusa