20 de setembro de 2013 - 12h40
Os cientistas têm uma nova pista sobre um possível tratamento para travar a doença de Alzheimer, que envolve uma proteína relacionada com a limitação da flexibilidade do envelhecimento cerebral, indica um estudo divulgado na quinta-feira.
O Alzheimer é a forma mais comum de demência nos mais velhos e não tem cura, sendo mínimas as opções de tratamento.
Investigadores dirigidos pela neurobiologista Carla Shatz, da Universidade de Stanford na Califórnia (oeste dos Estados Unidos), esperam agora poder melhorar os resultados, depois de descobrirem que a eliminação de uma determinada proteína no cérebro de ratos de laboratório travou o aparecimento de sintomas da doença.
“As pessoas estão a começar a olhar para o que estas proteínas fazem no cérebro. Embora seja necessário investigar mais, estas proteínas podem ser um novo alvo para os medicamentos contra o Alzheimer”, disse Shatz, citada pela agência France Presse.
Os investigadores concentraram-se numa proteína dos ratos designada PirB e na sua homóloga nos humanos LilrB2, que podem ser encontradas na superfície das células nervosas do cérebro.
A proteína parece ligar-se à beta-amilóide – pedaços de uma proteína que enfraquecem as conexões entre os neurónios.
As experiências mostraram que quando a PirB se liga à beta-amilóide pode “desencadear uma série de reações prejudiciais” que quebra aquelas conexões, referiram os investigadores num comunicado.
Nos ratos que não tinham o gene PirB as sinapses eram mais resistentes aos efeitos dos beta-amilóides.
Uma das características do Alzheimer é uma elevada acumulação de beta-amilóides designados de “placas”. Os cientistas consideram que um fármaco que tenha como alvo a proteína pode ajudar a travar a progressão da doença.
Os resultados do estudo foram divulgados na revista Science.
Lusa