“Estamos a falar de um sonho que já tem alguns anos e que arranca graças à intervenção da Associação de utilidade pública ‘Um Lugar pró Joãozinho’”, afirmou esta manhã o presidente do Conselho de Administração do S. João, António Ferreira.

Segundo o responsável, o atraso no arranque da obra prendeu-se com o facto de o Conselho de Administração ter necessidade de garantir que, em caso de falta de financiamento para continuar a obra, o que estiver já construído reverterá “imediatamente para o Hospital, para o Estado”.

A empreitada, com um prazo de construção de dois anos, está orçada em cerca de 25 milhões de euros e será financiada por fundos privados, angariados através da “Um Lugar Pró Joãozinho”, que tem para já “cerca de um milhão de euros disponíveis, o que garante os três/quatro primeiros meses da obra”, disse o presidente da Associação, Pedro Arroja.

O projeto deste novo espaço destinado ao internamento pediátrico do Centro Hospitalar, que funciona há anos em contentores, prevê a construção de três novos pisos sobre dois já existentes numa zona integrada do edifício principal do hospital, perto da urgência pediátrica.

Numa primeira fase será construída uma estrutura metálica sobre aquele edificado existente, que “funcionará como esqueleto da nova ala pediátrica”, explicou Carlos Moreira, engenheiro técnico da empreitada.

Carlos Moreira referiu ainda que o projeto prevê uma ligação física ao hospital, sendo a fachada da nova ala “em vidro, que marcará a diferença de idade” entre o corpo do S. João e a nova pediatria.

Sobre a possibilidade da empreitada parar se a Associação tiver dificuldades em angariar as verbas necessárias para concluir a empreitada, o que fará com que a obra passe para as mãos do hospital, o presidente do S. João disse que “é sempre possível definir investimentos prioritários”.

O fundamental foi “garantir que, em qualquer momento, o que está feito reverte para o S. João (…), daí em diante resolveremos o que fazer”, disse.

O Centro Hospitalar “tem um investimento que tem rondado cerca de 20 milhões de euros/ano e é sempre possível definir investimentos prioritários”, destacou António Ferreira, acrescentando que, “neste momento, está a ser tratado um concurso para submissão ao Tribunal de Contas para iniciar-se a renovação dos pisos 8 e 9 da ala central do hospital, com financiamento público (cerca de nove milhões de euros), e em qualquer momento, no âmbito desta capacidade de investimento que o hospital vai tendo, pode-se iniciar outro processo”.

O responsável frisou que, enquanto presidente do CA ou enquanto cidadão, após largar o cargo, continuará a fazer tudo que estiver ao seu alcance “para angariar fundos [privados] para a continuação deste projeto”.

Pedro Arroja lembrou que este projeto mecenático do Joãozinho nasceu em 2007 e que “as contribuições mais importantes [que tem recebido] não têm sido necessariamente em dinheiro”, mas “em espécie”.

A Associação, que recebeu hoje um donativo de cinco mil euros da Liga dos Amigos do S. João, assinou esta manhã o contrato de empreitada com as duas construtoras vencedoras do concurso público, bem como dois contratos de mecenato com as mesmas, que preveem que a Lúcios e a Somague “contribuam com 30 mil euros cada por ano para a construção da ala pediátrica, durante 10 anos”, disse Pedro Arroja, convencido de que “esta é uma obra a que ninguém diz que não”.

O lançamento da primeira pedra da nova ala pediátrica do Hospital de S. João ocorreu no dia 03 de março na presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.