29 de abril de 2014 - 13h51

Em 2013 nasceram pouco mais de 83 mil crianças em Portugal - o número mais baixo desde que há registo na histórria demográfica do país - e morreram quase 107 mil pessoas, o que faz com que o número de óbitos tenha ultrapassado o de nascimentos em 23.741, de acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados publicados no Boletim Mensal de Estatística de fevereiro mostram que Portugal tem vindo, desde 2007, a reforçar a tendência de saldos naturais negativos, uma situação que acontece sempre que a mortalidade ultrapassa a natalidade.

Cancro entre as principais causas de morte

Quanto às principais causas de morte, o INE refere que quase 34 mil óbitos são atribuídos às chamadas doenças do aparelho circulatório. Houve ainda quase 50 mil pessoas a morreram por tumores benignos e malignos, com uma distribuição semelhante entre ambos. Dentro dos tumores malignos destacam-se os da laringe, traqueia, brônquios e pulmões, que mataram mais de 4000 pessoas, seguidos pelos tumores do cólon (com 2650 pessoas) e os tumores do estômago (com 2323 pessoas).

Desde o início do século XX que as estatísticas de nascimento
ultrapassavam as de óbitos, apenas com excepção para o ano de 1918, em
que a gripe pneumónica matou
milhares de pessoas. O ano de viragem aconteceu em 2007, ano em que morreram em Portugal 103.512 pessoas,
enquanto o número de nascimentos não foi além dos 102.492.

Em 2008 a tendência foi
revertida, com 104.594 nascimentos e 102.492 óbitos. Porém, no ano
seguinte, o saldo natural voltou a ser negativo, mantendo-se desde
essa altura.

Em 2010 os nascimentos ultrapassaram de novo os 100
mil, depois de em 2009 estarem na cifra dos 99 mil, mas mesmo assim o valor não foi suficiente para superar os quase
106 mil óbitos. Em 2011 o saldo foi negativo em quase 6000 pessoas, com o
número de bebés a ficar-se pelos 96.856, contra 102.848 óbitos. Em 2012
houve um novo recorde com um saldo negativo de quase 18 mil pessoas,
com 89.841 nascimentos e 107.612 mortes.

Por SAPO saúde