20 de setembro de 2013 - 13h40
A luta contra a Sida entrou numa nova fase na qual já é possível vislumbrar o fim da epidemia, o que poderá acontecer em 2030, afirmou no Panamá o diretor-executivo-adjunto da ONU para a Sida, a ONUSida, Luis Loures.
"Eu penso que 2030 é uma meta viável para dizer que chegámos ao fim da epidemia", comentou Loures durante um encontro com jornalistas na noite de quarta-feira no Panamá.
"O HIV (vírus da imunodeficiência humana adquirida) vai continuar a existir com um caso aqui e outro ali, mas não a nível epidémico como temos hoje", acrescentou.
Segundo dados da ONUSida, todos os anos são registadas no mundo 3 milhões de novas infeções com o HIV, vírus causador da Sida, uma doença que provoca anualmente a morte de 1,7 milhões de pessoas.
"Podemos chegar ao fim da epidemia porque temos tratamento e forma de controlar as infeções", assegurou Loures, que está no Panamá para discutir com agências das Nações Unidas da América Latina novas estratégias para combater a doença.
Este avanço na luta contra a doença ocorre graças a um acesso maior aos medicamentos e a uma queda considerável do seu custo.
Tratamentos mais cedo
Há 20 anos, a média do tratamento anual para uma pessoa com HIV era de 17.000 dólares, hoje é de 150 dólares anuais, o que se deve, em grande parte, à introdução de genéricos.
Além disso, as pessoas com o HIV estão a começar os tratamentos mais cedo, o que retarda o aparecimento da doença.
Segundo a ONUSida, o número de novas infeções anuais caiu 20% na última década e numa lista de 25 países (13 deles da África subsaariana) caiu 50%.
"O desafio agora são os grupos mais vulneráveis", como os homossexuais masculinos, trabalhadores sexuais e consumidores de drogas, que não têm acesso a tratamentos por medo de serem discriminados e criminalizados, diz Loures.
No final de 2011, 34 milhões de pessoas viviam com o HIV em todo o mundo, a maioria (69%) na África Subsaariana, onde um em cada 20 adultos (4,9%) vive com a doença.
Esta região africana é seguida pelo Caribe, Leste Europeu e Ásia central, onde em 2011, 1% dos adultos vivia com HIV.
 
SAPO Saúde com AFP