Os autistas morrem três vezes mais por lesões acidentais ou intencionais do que o resto da população, segundo o estudo feito com base numa análise de atestados de óbito de 32 milhões de pessoas do registo nacional entre 1999 e 2014. Os investigadores identificaram 1.367 pessoas (1.043 homens e 324 mulheres) com autismo.

A média de idade no momento da morte foi de 36 anos, muito mais jovens do que o resto da população em geral, referem os autores.

Entre as pessoas com autismo, 28% morreram de ferimentos, geralmente por asfixia ou afogamento. “Embora estudos anteriores demonstrem uma taxa de mortalidade significativamente maior entre todas as pessoas com autismo, o estudo atual destaca a elevada taxa de mortes acidentais que tinham sido subestimadas naquele grupo populacional”, disse Guohua Li, professor de epidemiologia da Universidade de Columbia e principal autor do estudo.

Segundo o investigador, apesar do acentuado aumento anual de mortes, o autismo como fator que contribui para a mortalidade é provavelmente subestimado, porque as informações sobre as causas de morte nos certificados são frequentemente incompletas ou imprecisas.

Mais comum no sexo masculino

O autismo é quatro vezes mais comum em menino do que em meninas. O distúrbio também é mais comum entre as crianças brancas e naqueles cujos pais têm níveis elevados de educação. “O estudo mostra que as crianças autistas sofrem 160 vezes mais risco de afogamento do que o resto das crianças”, afirmou o investigador, enfatizando a importância de aprenderem a nadar cedo.

Os autistas são atraídos pela água. “Assim que as crianças são diagnosticadas com autismo, geralmente entre os dois e os três anos, os pediatras e os pais devem inscrevê-las em aulas de natação antes de qualquer outra terapia, porque ser capaz de nadar é essencial para a sobrevivência de um autista”, disse.