25 de fevereiro de 2014 - 12h59
O ministro da Saúde negou hoje que os hospitais centrais recusem doentes fora da sua área de referenciação, lembrando que o Serviço Nacional de Saúde "caminha" para a "liberdade de escolha".
Em Braga, à margem de uma conferência na Universidade do Minho, Paulo Macedo defendeu a existência de unidades de proximidade e a necessidade de "afinar as redes de referenciação".
O titular da pasta da Saúde alertou ainda que se a população recorrer toda a um hospital central o financiamento "vai cada vez mais" para os grandes hospitais, ficando as unidades de proximidade sem financiamento.
"Não há recusa de um hospital em receber doentes. Os hospitais recebem doentes de acordo com as regras de referenciação. O caso de consultas tem uma referenciação predominantemente do conjunto dos seus centros de saúde, no caso de certas patologias ou áreas diferenciadas, um hospital, designadamente o central, recebe referenciações de toda uma área enorme", disse.
Segundo o ministro, que reafirmou a utilidade de unidades hospitalares de proximidade, a liberdade de escolha é o caminho mas tem que ser feita com reservas.
"Temos que manter, afinar as redes de referenciação, caminhar no sentido de liberdade de escolha, fazer tudo de forma muito ponderada para não enchermos os hospitais mais diferenciados com casos que podem ser tratados nos hospitais de maior proximidade, e todos defendemos a existência de unidades de maior proximidade", disse.
Até porque, alertou, "se as pessoas quiserem todas ocorrer a um hospital central, o mais diferenciado", para tratar patologias que possam ser tratadas na sua área de referenciação, "o financiamento vai cada vez mais para os hospitais grandes e os de proximidade ficam sem financiamento".
Paulo Macedo esclareceu, assim, que se pode recorrer aos hospitais centrais mas não em qualquer situação.
"Devem ir para aquilo que é necessário", disse.

Lusa