Segundo um relatório da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), hoje citado pelo Jornal de Notícias, este ano, até maio, abriu apenas uma unidade de saúde familiar (USF) apesar de haver 50 candidaturas ativas.

Questionado hoje pelos jornalistas sobre estes dados, o ministro Paulo Macedo escusou-se a confirmá-los, preferindo sublinhar que o Governo tem “intenção de continuar a estimular a abertura de USF”.

“O que eu confirmo é que abrimos nos três últimos anos 100 USF. Nos anos de crise, abrimos mais de 100 USF, com um esforço muito significativo, uma vez que entendemos que esta área de cuidados primários devia continuar a ser desenvolvida. O próprio Tribunal de Contas indicou que as USF deviam ter maior rigor em termos da sua abertura, quer em termos da sua justificação, quer em termos de custo benefício”, afirmou o ministro aos jornalistas, à margem de uma cerimónia no hospital D. Estefânia.

Unidades baseadas em incentivos para os profissionais

Segundo Paulo Macedo, este ano o Governo pretende ainda abrir um número significativo de unidades com requisitos adequados: “Tudo faremos para que abram e será um número significativo, e que gostaríamos que estivesse ao nível do que fizemos no ano passado.

Criadas em 2005, as USF foram fundadas como uma forma alternativa ao habitual centro de saúde, prestando também cuidados primários de saúde, mas com autonomia de funcionamento e sujeitas a regras de financiamento próprias, baseados também em incentivos financeiros a profissionais e à própria organização.

No final do ano passado, a associação das USF alertou no parlamento para a diminuição do ritmo de abertura de novas unidades, lamentando o desinvestimento nos cuidados de saúde primários.

Segundo dados apresentados em outubro, a média de USF a iniciar atividade por mês baixou em 2014 para três, quando em 2008 tinha sido de 9,17.