31 de janeiro de 2014 - 14h22
O Ministro da Saúde exigiu hoje aos conselhos de administração e às direções dos cuidados de saúde primários “todo o apoio” necessário às comissões de controlo das infeções.
Paulo Macedo, que falava nas nonas Jornadas de Atualização em Doenças Infecciosas do Hospital de Curry Cabral, em Lisboa, reiterou o empenho deste Governo no combate às infeções hospitalares.
Além da exigência de apoio às comissões de controlo das infeções, solicitado às administrações hospitalares e às direções dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), o ministro disse que as Administrações Regionais de Saúde devem “um maior esforço para melhor dinamizarem as suas estruturas” neste combate.
Perante dezenas de clínicos na audiência, Paulo Macedo aproveitou para partilhar uma história que um médico lhe contara e que se passou num refeitório no interior de um hospital.
À entrada desse refeitório estava um aviso para estes profissionais não almoçarem com bata. “Todos estavam a almoçar com a bata”, criticou.
À margem do evento, o presidente da comissão organizadora das jornadas e diretor do serviço de doenças infecciosas do Curry Cabral, Fernando Maltez, disse à Lusa que as normas para combate às infeções hospitalares “são conhecidas”.
“A classe médica tem sido suficientemente alertada para isso”, afirmou, recordando que o aumento das infeções hospitalares tem várias razões, como o maior tempo que os doentes permanecem nos hospitais, as manobras mais invasivas ou a idade avançada dos doentes.

Questionado sobre o contributo dos médicos para as infeções hospitalares, o infecciologista foi perentório: “Se calhar há quem falhe”. 
Em agosto, a Organização Mundial da Saúde alertou que o contacto com as mãos dos trabalhadores dos serviços de saúde é um dos principais veículos de transmissão da infeção nos hospitais.
"As infeções associadas aos centros de saúde, geralmente, aparecem depois do contato entre o médico e o paciente, através da transmissão dos germes das mãos", indicou o organismo ao comentar os primeiros resultados da implementação do seu programa para uma melhor higiene das mãos.
As infeções mais comuns são as do trato urinário, as de áreas que foram intervencionadas cirurgicamente, as pneumonias e as septicemias, descreveu, na altura, a organização.

SAPO Saúde com Lusa