17 de janeiro de 2014 - 16h50
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, fez hoje uma visita por várias urgências hospitalares, para analisar "in loco" que medidas estão a ser tomadas, face a picos de afluência.
Após se deslocar a Coimbra, o ministro fez uma visita de surpresa à urgência do Hospital de Aveiro, onde recentemente se registaram problemas de longos tempos de espera e macas imobilizadas, enquanto lhe iam sendo também transmitidos os dados da afluência de outros hospitais.
Quanto ao de Aveiro, além dos elementos que foram transmitidos pelos responsáveis, Paulo Macedo falou diretamente com doentes, perguntando-lhes há quanto tempo estavam à espera e as razões de recorrerem à urgência.
Sobre as situações de congestionamento vividas no período de Natal e Ano Novo, o ministro disse serem "indesejáveis", mas observou que afetaram doentes de menor gravidade.
"O Hospital atende cerca de 300 adultos e cem crianças, em média, por dia. O que acontece é que há dias em que temos mais cem urgências e estamos a falar de receber mais 30%, o que levará sempre a alguma necessidade de ajustamento e conduz a esperas indesejáveis, mas que, apesar de tudo, são nos doentes menos graves", comentou.
O ministro observou, por outro lado, que há mais idosos a recorrer à urgência, por vezes com resistência aos tratamentos, o que leva a que passem mais horas no Hospital, porque necessitam de mais meios complementares de diagnóstico.
"Continuamos com situações de espera inapropriada, mas são nos casos menos graves. Os [portadores de fita] vermelha e laranja

têm uma resposta claramente atempada", disse.

Ministro diz que problemas nas urgências não têm a ver com falta de médicos
Segundo Paulo Macedo, as dificuldades nas urgências hospitalares não se devem à falta de médicos: "Temos em alguns lados recursos abundantes: o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra tem dois mil médicos. Não é de certeza falta de recursos. Podemos sempre precisar de alguns especialistas aqui e ali, mas temos hoje uma situação melhor, em termos de infraestruturas da urgência e em termos de profissionais".

Para o ministro, a solução passa por melhorar a organização de circuitos e retirar da urgência casos não urgentes, como os gripais, para cujo atendimento pretende prolongar, temporariamente, a abertura dos centros de saúde.
"Quando aqui houve um tempo de espera além do normal, estava-se a dever à dificuldade em passar as pessoas para a Medicina Interna. Temos uma parte que tem a ver com o circuito de organização, de como receber e transferir os doentes das macas e também a possibilidade de os passar mais rapidamente para internamento. O Hospital abriu mais camas nesse sentido, o que veio facilitar", comentou.
A administração hospitalar pretende criar mais uma sala de triagem e "via verde coronária e de trauma", o que implica a reorganização do espaço da urgência, ou seja, obras, mas o ministro não se comprometeu.
"Em termos de infraestruturas temos de ver se precisa de ser objeto de investimento, o que vamos analisar", respondeu.
SAPO Saúde com Lusa