“Claro que as obras vão avançar, os compromissos assumidos com a população de Gaia vão ser cumpridos. Não podemos confundir aquilo que são incidências procedimentais com excesso de preocupação, sem fundamento, para que o essencial seja posto em causa”, afirmou o ministro.

Adalberto Campos Fernandes salientou que “desde 2010/2011 que o Serviço Nacional de Saúde parou em termos de reabilitação e de reinvestimento” e que “é um esforço enorme para o atual Governo iniciar o processo de reabilitação e cooperação num quadro em que as finanças públicas ainda estão, como é sabido, com grandes exigências”.

“Estes exercícios de anúncio de demissão [em bloco dos diretores de serviço do hospital de Gaia] são normais em todo o ciclo de governação, correspondem às expectativas e à ansiedade que os profissionais têm de verem os hospitais reequipados e melhorados”, acrescentou.

Adalberto Campos Fernandes falava à margem do Fórum Nacional SNS – Serviço Nacional de Saúde, a decorrer em Santo Tirso, que ao longo do dia pretende dar conta das atividades que têm vindo a ser realizadas pelas coordenações nacionais da reforma do SNS.

Doze diretores de serviços do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) manifestaram na passada semana a sua “indignação” com a paragem das obras do hospital, cujo avanço disseram estar “dependente da assinatura” de uma portaria pelo ministro da Saúde.

Demissão em bloco em cima da mesa

O grupo, que disse então falar em nome de todos os 34 diretores de serviço do hospital, referiu, em conferência de imprensa, que se até final de março não houver solução, pondera tomar “uma atitude coerente com o centro hospitalar”, admitindo como “cenário possível” a demissão em bloco.

O concurso público para a segunda fase da obra do CHVNG/E, no valor total de 16 milhões de euros, foi aprovado por maioria a 02 de março pelo Conselho de Administração (CA), cujo mandato terminou no final de dezembro de 2016, tendo já sido informado da não recondução da equipa.

A empreitada, que inclui a nova urgência, só poderá ser adjudicada depois de publicada a portaria assinada pelos dois ministérios.

Em novembro o ministro da Saúde assinou o protocolo de financiamento da 2.ª fase de requalificação do Hospital de Gaia/Espinho.

Com uma duração prevista de 18 meses, a segunda fase irá compreender a compartimentação, acabamentos, instalações técnicas e a conclusão de mais três pisos que irão incluir os sérvios de urgência geral, unidade de emergência médica, unidades de cuidados intensivos e intermédios, unidade de AVC, serviço de gastroenterologia, serviço de broncologia, conclusão do serviço de imagiologia e conclusão das acessibilidades e arranjos exteriores.