A distinção foi entregue na cerimónia comemorativa dos 40 anos do ICBAS que ficou marcada também por um protesto dos alunos contra problemas de funcionamento administrativo do instituto. A iniciativa dos estudantes consistiu na exibição silenciosa de cartazes denunciando diversas situações no momento em que o diretor da escola fazia o seu discurso.

Antes, Paulo Macedo considerou que “não é exagero” dizer que o ICBAS “tem sido um exemplo de vanguarda da atitude multidisciplinar e na abertura à modernidade e inovação”, o que pode ser constatado “pelos planos de estudo que propõe, pela elevada e diversificada qualificação do seu corpo docente e ainda pelo prestígio alcançado pelos que tiveram o privilégio de aqui realizar a sua formação académica e profissional”.

“Igualmente exemplo dessas características distintivas deste instituto são as relações estreitas que tem sabido construir e aprofundar com um leque muito diversificado de entidades prestigiadas sejam elas da área de ensino, da prestação de cuidados de saúde, da investigação científica ou mesmo do mundo empresarial”, disse.

O instituto “constitui-se assim a nível nacional, e com especial e natural relevância no norte do país, como um polo dinamizador, do conhecimento e inovação ao serviço da comunidade, nomeadamente através da colaboração com as diversas entidades integrantes do Serviço Nacional de Saúde, com as quais se relaciona”, sublinhou.

Para além da “primordial e sempre nuclear” parceria com o Hospital de Santo António e o Centro Hospitalar do Porto, “o instituto beneficia ainda da cooperação com o IPO/Porto, com o Centro Hospitalar de Gaia, no ensino da medicina, com a Faculdade de Ciências, no ensino da bioquímica, e com a Faculdade de Engenharia, no ensino da bioengenharia. É, ainda, corresponsável por programas doutorais com a Faculdade de Medicina, com a Escola Superior de Enfermagem e com a Faculdade de Ciências”.

Paulo Macedo lembrou ainda que foram também professores desta escola que constituíram o núcleo fundador da maior instituição de investigação em biomedicina do Norte, o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC).

“Foi precisamente esta ideia de um centro em que se cruzam e do qual irradiam saberes que esteve na mente dos seus fundadores, os professores Nuno Grande e Corino da Andrade, com o apoio do então reitor da Universidade do Porto, Ruy Luís Gomes”, referiu.

Criado em 1975 por iniciativa de um grupo de professores da Universidade do Porto opositores ao Estado Novo e inspirados no pensamento e obra de Abel Salazar, entre os quais se destacavam Corino de Andrade, Nuno Grande e Ruy Luís Gomes, o ICBAS assumiu-se desde as origens como uma escola multidisciplinar e multiprofissional na área das Ciências da Vida.

Aposta numa formação abrangente em áreas como a Medicina, a Veterinária, a Agronomia e a Biologia, mas também na cooperação com diferentes instituições da cidade e mantém como lema a máxima: “Um médico que só sabe Medicina nem Medicina sabe”.