Paulo Macedo falava na cerimónia de assinatura de protocolos entre a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e 30 instituições de saúde, com vista à melhoria da formação clínica dos estudantes de Medicina, tendo distinguiu a FMUP com a Medalha de Serviços Distintos Grau Ouro do Ministério da Saúde.

Na sua intervenção nesta sessão, a diretora clínica do Centro Hospitalar do São João, Margarida Tavares, defendeu a necessidade de “travar o desinvestimento” no Serviço Nacional de Saúde e de “devolver as condições de trabalho” aos profissionais.

Confrontado com estas declarações, o ministro referiu que “estes quatro anos foram totalmente excecionais, anormais e atípicos. As pessoas tiveram de fazer sacrifícios, desde logo ao nível das remunerações. Penso que os portugueses reconheceram de forma unânime não só o sacrifício dos profissionais de saúde, como reconheceram a qualidade dos serviços que prestam”.

Melhores indicadores

“Hoje temos melhores indicadores genericamente em todas as áreas que se devem aos profissionais de saúde. Temos melhor esperança de vida do que há quatro anos, continuamos a manter uma das melhores taxas de mortalidade infantil do mundo. Temos uma melhor taxa de incidência de tuberculose do que tínhamos e uma melhor taxa de incidência de VIH. Obviamente, que isto se deve ao esforço dos profissionais”, acrescentou.

Paulo Macedo realçou ainda o facto de a Saúde praticamente não ter feito parte da campanha eleitoral.

“Até anteontem [quarta-feira] não se falou da saúde. Eu não sou candidato, não estou aqui em funções eleitorais mas, em relação à falta de médicos de família, de acordo com o programa do PS continuará a não haver [médicos] daqui a quatro anos. Porque a meta continua muito abaixa”.

De acordo com as contas do ministro da Saúde, “temos hoje nove milhões de portugueses com médico de família, temos cerca de um milhão de portugueses sem médico de família. Temos cerca de 400 mil portugueses que pediram médico de família. Quer dizer que nem todos os que não têm querem ter. Dos nove milhões que têm, sete milhões são utilizadores. Há dois milhões de pessoas que não utilizam o médico de família”.