"Eu creio que se há área onde a cooperação é útil, na área da oncologia ela é verdadeiramente exemplar", disse Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas, no final de uma visita ao IPO de Coimbra, onde inaugurou uma nova tecnologia de tratamento do cancro, investimento de 4,5 milhões de euros.

O titular da pasta da Saúde considerou a relação entre os três IPO como "virtuosa", não só na gestão clínica e estratégia de tratamento dos doentes, como na criação, "a breve prazo" do Registo Nacional do Doente Oncológico, atualmente existente em registos regionais, e também em aspetos como a compra de medicamentos, a negociação e a aprovação de novas tecnologias.

O novo equipamento de tomoterapia do IPO de Coimbra é uma tecnologia única no país para o tratamento de cancro, nomeadamente tumores tratados por radiação externa como os cerebrais e permite um tratamento "mais eficiente e com melhores resultados para o doente", disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração Manuel António Silva.

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Presente na visita de hoje, o presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, entregou ao ministro da Saúde um documento sobre a complexidade e custos dos três institutos de oncologia nacionais, considerando-os "o modelo mais eficiente e mais barato de tratar doentes em Portugal".

"Nós só tratamos doentes com cancro e os custos por doente tratado, nos três IPO, são mais baixos do que nos outros hospitais todos, mas não são [só] os doentes com cancro, são os doentes em geral", disse à Lusa Laranja Pontes.

A entrega do documento ao ministro da Saúde pretendeu "evidenciar que o modelo de prestação de cuidados dos IPO é o mais eficiente", reafirmou, defendendo uma "discriminação positiva" dos institutos portugueses de oncologia no acesso ao financiamento.