“Na fileira exportadora, a área da saúde é um caso de sucesso. Crescimentos a dois dígitos e quase 1,5 mil milhões de euros de exportação”, afirmou Adalberto Campos Fernandes, sublinhando que o SNS “não é o único potencial cliente”.

Na área do medicamento, há empresas industriais em Portugal nas quais 70 a 80% da sua atividade é exportação, exemplificou.

“Não apenas no medicamento, também na área dos dispositivos médicos ou das tecnologias de informação”, acrescentou o ministro em declarações aos jornalistas no final da conferência “+ Saúde na Economia / + Economia na Saúde”, uma iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério da Economia sobre a internacionalização das indústrias da saúde em Portugal.

Para Adalberto Campos Fernandes, é possível que as empresas portuguesas “expandam mais e criem mais valor, saindo dos limites das fronteiras”. Na área dos ensaios clínicos, os especialistas reunidos hoje na conferência que decorreu em Lisboa concluíram que é urgente desenvolver mais a investigação clínica em Portugal.

Além disso, definiram como prioritário inverter a pirâmide dos ensaios clínicos, que no país são na sua esmagadora maioria de fase III, estimulando e fazendo crescer os de fases I e II.

A fase I refere-se ao uso do medicamento pela primeira vez em um ser humano, com uma população reduzida de doentes. Na fase II usa-se uma amostra mais alargada e tem-se por objetivos principal determinar a eficácia e o perfil de segurança. Já na fase III, faz-se a comparação do medicamento experimental com o tratamento considerado padrão.

Os peritos hoje reunidos concluíram que são precisos “incentivos reais” às instituições e profissionais para aumentar os ensaios clínicos, além de aconselharem ao investimento em ensaios a decorrer ao nível dos cuidados de saúde primários (centros de saúde).