Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Leal da Costa, disse que é necessário, “o mais rapidamente possível”, chegar a uma conclusão sobre o que aconteceu, tendo pedido rapidez à Inspeção-geral das Atividades em Saúde (IGAS).

“A notícia fala de uma eventual má prática médica e eventual mau uso dos sistemas de socorro e é isso que tenho de averiguar. Depois da avaliação técnica tirarei as conclusões políticas necessárias”, afirmou Leal da Costa, à margem de uma cerimónia que assinalou em Lisboa o Dia da Saúde Oral.

A IGAS abriu já um processo de averiguações à intervenção do presidente do INEM no caso da uma doente transportada de helicóptero do hospital de Cascais para o de Abrantes.

O caso, divulgado na quinta-feira no Jornal da Noite da SIC e que hoje é manchete no Jornal de Notícias (JN), refere-se a uma doente oncológica que deu entrada na urgência do Hospital de Cascais a 24 de janeiro.

O secretário de Estado admitiu que a notícia levanta uma suspeita, mas que não é conclusiva: “Tive conhecimento de um episódio por uma notícia de jornal que obviamente vai ser investigado. A notícia é muito pouco clara sobre o que está em cima da mesa e preciso de saber objetivamente o que aconteceu. Isso será feito pela IGAS para tentar chegar a uma conclusão o mais rapidamente possível”.

Leal da Costa frisou que a averiguação serve para perceber se “existiu eventualmente algum erro por parte do presidente do INEM” e que a rapidez pedida se deve ao facto de o INEM ser um serviço da “maior importância” e ainda por este não ser o primeiro episódio a levantar dúvidas em relação ao responsável do organismo.

A IGAS também se encontra a investigar o desvio de uma ambulância com uma doente prioritária que, segundo um sindicato do INEM, terá ocorrido para que a mulher do presidente do instituto entrasse a horas no hospital onde trabalha.

Na queixa enviada à Inspeção-geral da Saúde, o Sindicato dos Técnicos de Ambulância refere que, "sendo a doente considerada prioritária, nunca poderia existir qualquer desvio do percurso, dado que se corria o risco de a doente sofrer consequências mais graves".

O caso ocorreu este mês e envolveu a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Gaia, que acompanhava uma ambulância com a doente para o hospital de Santo António (Porto).

Segundo o Sindicato, quando a ambulância teve de parar numa passagem de nível fechada, a condutora da VMER (enfermeira e mulher do presidente do INEM) decidiu alterar a rota para que a equipa fosse rendida.

Terá sido o próprio presidente do INEM que transportou a equipa que ia substituir a da sua mulher, tendo-a depois levado ao hospital de Gaia, onde iria entrar ao serviço.

A queixa refere também que o presidente do INEM, Paulo Campos, entrou na ambulância para cumprimentar toda a equipa e a doente.