Adalberto Campos Fernandes afirmou que a melhor forma de assinalar os 37 anos do Serviço Nacional de Saúde, que se completam na quinta-feira, é "através de ações concretas", como dando o aval à construção do centro de saúde, indo "ao Cadaval e a outros concelhos mais pequenos e mais isolados do país devolver o SNS aos portugueses".

À espera do novo centro de saúde desde 2004, o presidente da Câmara, José Bernardo Nunes (PSD), disse à agência Lusa que "espera que, desta vez, as obras se concretizem e não tenham nenhum contratempo", adiantando que o concurso público deverá ser lançado até ao final do ano.

O centro de saúde, que vai servir oito mil utentes, tem sido prometido pelos vários governos e já teve concurso público lançado e empreitada adjudicada.

Populares entregaram ao ministro um abaixo-assinado a pedir a colocação de médicos de família no concelho, também reclamada pelo autarca.

Quatro mil sem médico de família

Dos 12.500 utentes existentes no concelho, quatro mil estão sem médico, explicou à Lusa o diretor do Agrupamento de Centros (ACES) de Saúde Oeste Sul, António Martins, adiantando que essa carência é colmatada por médicos prestadores de serviços, uma solução que não agrada à população, que se queixa no abaixo-assinado de existirem "poucas consultas disponíveis".

O diretor do ACES Oeste Sul esclareceu que o Cadaval está entre as prioridades do agrupamento, logo que a tutela abrir concurso para mais médicos.

Através do contrato-programa assinado, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) vai suportar os encargos da empreitada, orçada em 717 mil euros e com um prazo de construção de nove meses.

O município compromete-se a ceder ao Ministério da Saúde, por 50 anos, o terreno onde se vai localizar a unidade, bem como a lançar o concurso público para a empreitada e a fiscalizar a obra.

Com a nova obra, a extensão da freguesia da Vermelha vai encerrar e os utentes vão ser reencaminhados para a sede do concelho, mantendo-se as extensões do Vilar e de Figueiros.

As novas instalações vêm substituir as atuais, propriedade da Santa Casa da Misericórdia que, desde há vários anos, pretende dar um outro destino àquele espaço.

Depois do contrato celebrado em 2004, o projeto, orçado na ocasião em 1,6 milhões de euros, foi reformulado, após se constatar que o projeto de arquitetura não se adequava ao terreno.

A reformulação do projeto reduziu o custo da obra para 600 mil euros.

O problema da adequação do projeto ao terreno ficou resolvido em 2008, mas desde essa altura a ARSLVT tem vindo a analisar os projetos de especialidades e não deu até agora autorização para se iniciar a empreitada, nem transferiu para o município o dinheiro para a obra.