Segundo dados fornecidos à Lusa por esta consultora, a propósito do Dia Europeu dos Antibióticos, que se assinala na quarta-feira, a venda de antibióticos nas farmácias baixou de 9.357.411 embalagens vendidas em 2010 para 8.085.314 embalagens em 2014.

Em 2011 venderam-se 9.027.784 embalagens, 8.683.232 em 2012 e 8.539.400 em 2013.

Entre janeiro e outubro deste ano, foram vendidas 7.138.113 embalagens.

Em termos de valores, em 2010 venderam-se antibióticos no montante de 70.947.104 euros, de 61.489.588 euros em 2011, de 50.387.993 euros em 2012, de 45.057.852 euros em 2013 e de 42.547.917 euros em 2014.

Nos primeiros dez meses deste ano, foram vendidos antibióticos no valor de 36.959.445 euros.

Nono país europeu que mais consome antibióticos

De acordo com o relatório Portugal - Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos em Números 2014, apresentado há um ano, Portugal ocupa o 9.º lugar na tabela de 30 países europeus com maior consumo de antibióticos, mas registou nos últimos dois anos uma redução a nível do consumo hospitalar destes fármacos.

O documento refere que “Portugal apresenta das mais elevadas taxas de resistência antimicrobiana” em relação a algumas bactérias, mas aponta para uma descida do consumo de fármacos, sobretudo em meio hospitalar.

A maioria das crianças portuguesas tomou antibióticos no primeiro ano de vida, segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica (SPAP).

Para o pediatra e presidente da SPAP, Libério Ribeiro, “é extremamente preocupante perceber que mais de metade das crianças com menos de um ano já tomou antibióticos para tratar essas infeções, muitas das vezes sem necessidade, uma vez que não existe benefício terapêutico de tais medicamentos para as infeções virais, como nos casos de gripes e constipações, muito comuns nesta época do ano”.

“As doenças que são causadas por vírus provocam um sofrimento considerável nas crianças, que devido ao seu sistema imunitário não estar completamente desenvolvido, muitas vezes sofrem oito a doze infeções por ano”, adiantou.

De acordo com este especialista, o tratamento destas infeções não deverá passar pelos antibióticos como primeira opção.

“Vários estudos sobre as tendências de prescrição têm mostrado que os antibióticos são prescritos para a maioria das infeções das vias aéreas, mesmo sendo inexistente o benefício terapêutico destes medicamentos para as infeções virais”, disse.

Na segunda-feira tem início a Semana Mundial do Antibiótico, dia em que decorrem também as primeiras Jornadas do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos.