O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, anunciou que "dada a situação de catástrofe" no país e que está a afetar muitos dos hospitais da zona Centro, o SIM e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) decidiram suspender a greve de quarta-feira.

Esta seria a segunda semana de uma greve de médicos que está a realizar-se por regiões, tendo na semana passada acontecido na zona Norte. Na próxima semana a greve será realizada na zona Sul do país e em novembro haverá um dia de greve nacional.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 20 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos. Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Reivindicações dos médicos

Entre as reivindicações destes sindicatos está a diminuição das 18 para as 12 horas de trabalho no serviço de urgência, o que permitirá que haja mais médicos para cirurgias programadas, diminuindo-se as listas de espera e aumentando o número de consultas e um melhor acompanhamento dos doentes internados.

A diminuição das listas de utentes a cargo dos médicos de família também iria permitir que os clínicos “dediquem mais tempo para os seus utentes, que assim terão uma melhor garantia de acesso”.

Tanto a FNAM como o SIM referiram que a delegação governamental “reconheceu que se tratou de um erro a menção contida no documento [proposta negocial enviada aos médicos] sobre o cumprimento obrigatório do serviço de urgência após os 55 anos de idade.