Esta ação humanitária decorrerá na cidade de Nampula, a cerca de 2.400 quilómetros de Maputo, onde existem "carências brutais" nestas áreas, de acordo com o que disse à agência Lusa a pediatra e presidente da associação Carla Rêgo.

Para esta missão humanitária serão enviados cinco profissionais médicos portugueses, dois obstetras do Centro Hospitalar São João e três pediatras (dois do Centro Hospitalar do Porto e um outro da CUF), que darão em regime de voluntariado formação a 30 enfermeiros, 30 alunos de medicina, outros tantos médicos de clínica geral e 25 pediatras.

"Moçambique durante muitos anos optou por formar técnicos de saúde, com um ano de curso apenas", referiu Carla Rêgo. Acrescentou que "formar um médico é muito caro" e que por isso existe nesse país "uma enorme carência de pessoal qualificado".

Para estas ações de formação a Health4MOZ adquiriu dois simuladores, vindos dos Estados Unidos e que, com um 'software' próprio, permitem recriar uma situação de parto, tendo custado cada um deles 7.000 euros.

Para além deste investimento, a viagem implica ainda outros gastos como o alojamento e a própria deslocação, que ronda os 1.900 euros por pessoa, realizando-se hoje no Casino de Espinho um jantar de angariação de fundos, que custa 50 euros por pessoa e conta com um concerto do músico Miguel Araújo.

A Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento Health4MOZ, refere a sua página de Internet, foi criada em 2013, tendo como parceiros em Portugal as faculdades de Medicina, Medicina Dentária e Farmácia da Universidade do Porto e em Moçambique o Centro de Saúde de Faina e o Centro de Saúde 25 de Setembro, bem como o Hospital Central de Nampula.

Este projeto é apoiado financeiramente pela Fundação António da Mota, pelos grupos Ferpinta e Visabeira, pelo Hospital CUF Porto e com o apoio benemérito de Margarida Azevedo, mulher do empresário Belmiro de Azevedo, para além dos apoios específicos em cada missão de outras instituições que se enquadrem com os objetivos da iniciativa em causa.

As duas principais linhas de ação são a saúde materna e a saúde oral, que "são necessidades básicas" em Moçambique, mas a organização pretende "avançar em áreas mais específicas" no futuro, entre elas a componente cirúrgica, como assegurou a presidente.