"Na maioria das vezes não são identificados quaisquer sinais indicativos da doença e os exames realizados também não detetam o problema. No entanto, esta é uma das piores dores que se pode sentir e, devido ao seu caráter permanente, acaba por fazer com que as pessoas abandonem o local de trabalho e comecem a isolar-se até das pessoas mais próximas", explica Luís Frederico Braga, médico ortopedista do Hospital Lusíadas Lisboa.

E acrescenta: "A sociedade não reconhece nem compreende uma dor que não está «à vista», mais facilmente se pensa que pessoa está com problemas psicológicos ou a mentir".

"Ainda não há muitos dados em Portugal sobre esta síndrome mas, garantidamente, há muitos portugueses que sofrem da doença e não têm conhecimento devido ao seu difícil diagnóstico, um problema que dificulta o tratamento correto e atempado", revela o especialista.

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"Em alguns casos, a doença manifesta-se através de um inchaço e vermelhidão na zona dorida que provoca uma sensação de ardor, tal como acontece com uma queimadura. A ocorrência desta doença também pode estar relacionada com uma fratura que ocorreu anteriormente ou ser causada por um traumatismo local, mesmo sem haver fratura", conclui.

O tratamento da doença tem como objetivo aliviar a dor e permitir que o doente movimente as extremidades, uma vez que a tendência é a pessoa ficar imobilizada para atenuar a dor, uma condição que pode piorar a atrofia muscular e dificultar o tratamento.

A síndrome de dor regional complexa é uma doença rara que se carateriza por dor neuropática, uma sensação dolorosa que está associada a doenças que afetam os nervos periféricos, medula espinhal ou cérebro. É uma doença subdiagnosticada e, por esse motivo, não é conhecida a sua prevalência junto da população portuguesa. O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado num alto índice de suspeita.

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