O presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia (FSPOG), Carlos Oliveira, afirmou hoje temer que dentro de alguns anos haja especialistas desempregados que se vejam obrigados a “fugir do país” para trabalhar.

“Há um hiato grande entre o número de médicos [ginecologistas obstetras] seniores e o de médicos no internato, que poderá causar desemprego dentro de alguns anos”, afirmou, em declarações à Lusa, Carlos Oliveira.

Falando a propósito da realização do 19.º Congresso Português de Obstetrícia e Ginecologia, que decorrerá entre quarta-feira e sábado no Porto, onde a “Demografia Médica” estará em debate, Carlos Oliveira considerou que, apesar de haver “poucos” médicos com esta especialidade em Portugal, é “um exagero” o número de vagas abertas para medicina durante os últimos seis anos.

Em Portugal, criticou, adopta-se “a lei do oito ou oitenta e como faltavam médicos abriram-se mais vagas, mas não se acompanhou isso com um estudo que evite o desemprego daqui a alguns anos”.

Segundo Carlos Oliveira, no âmbito do painel “Demografia Médica”, será apresentada uma avaliação do número de ginecologistas obstetras existentes em Portugal, qual a sua distribuição por idades, o número de internos que se encontram na especialidade e qual o ritmo destas entradas, “no sentido de se chamar a atenção para a falta de obstetras e ginecologistas em Portugal”.

O médico referiu que, em termos globais, há uma baixa significativa do número de ginecologistas obstetras, sobretudo a desempenhar funções na administração pública.

Este painel decorrerá na quinta-feira, a partir das 16:30, tendo como orador José Martinez de Oliveira.

O congresso, salientou o responsável, “é o primeiro” organizado pela Federação, que engloba um conjunto de cinco sociedades científicas.

Mais de 700 pessoas são esperadas no edifício da Alfândega, sendo que os apresentadores das sessões científicas são especialistas portugueses e estrangeiros.

15 de março de 2011

Fonte: LUSA/SAPO