As doenças cardiovasculares, as doenças do aparelho digestivo e, particularmente, a doença hepática crónica, as neoplasias e os acidentes de viação estão associados a um consumo excessivo das bebidas alcoólicas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo abusivo de álcool provoca 3,3 milhões de mortes anuais, o que representa 5,9% da mortalidade mundial.

Nas palavras do médico e professor João Morais, presidente da SPC, "o verão é um bom período para iniciar práticas de exercício, comer melhor e até para deixar de fumar".

"É também uma ótima altura para relembrar que o consumo de álcool, em excesso, está associado a graves doenças cardíacas, as quais podem levar à morte prematura", acrescenta o responsável da SPC que aconselha: "Beba naquele jantar especial ou naquela refeição que só nestas alturas fazemos. Evite o consumo sistemático de álcool a todas as refeições ou mesmo todos os dias".

"O coração não tira férias, por isso os portugueses têm de ser moderados", conclui.

Álcool aumenta risco de doença mental

O consumo excessivo de álcool está associado a mais de 200 doenças e aproximadamente 25% da mortalidade mundial está relacionada com o consumo de álcool. Por outro lado, nos indivíduos entre os 20 e os 39 anos, está já provada a relação entre o consumo excessivo de álcool e a doença mental.

O abuso de álcool provoca várias alterações no organismo: O músculo cardíaco danificado não consegue bombear sangue suficiente para o resto do corpo. Quando o ventrículo esquerdo não consegue bombear todo o sangue, o coração dilata para acolher o sangue extra. A frequência cardíaca aumenta para compensar a redução da contração cardíaca. Isso produz ainda mais pressão sobre o coração e os vasos sanguíneos. Finalmente, o músculo cardíaco pode falhar, devido aos danos e excesso de esforço.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, consumir álcool em excesso aumenta o risco de desenvolver hipertensão arterial, obesidade, colesterol e diabetes e pode provocar doenças como o acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, morte súbita cardíaca e cardiomiopatia dilatada alcoólica.