Luís Campos disse à Lusa que a discriminação positiva pode passar por incentivos financeiros mas também “por outro tipo de incentivos, como seja o apoio à formação, horas de descanso que possam servir e tornar atrativa a vinda de pessoas para a especialidade”.

O XXI Congresso Nacional de Medicina Interna que decorre em Vilamoura, distrito de Faro, entre 29 e 31 de maio, e entre os vários temas em debate e apresentação de estudos, está a mesa redonda “Medicina Interna, O Sistema de Saúde e a Crise Económica”.

“De facto, fazer as coisas com qualidade sai mais barato do que fazer as coisas com má qualidade, ou seja, a qualidade permite a redução de despesa e a má qualidade sai muito cara”, comentou o também vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Luís Campos.

Questão que Luís Campos espera que seja debatida assim como a preocupação com cuidados de saúde piores e mais caros resultantes da segmentação e a ‘hiperespecialização’ dos cuidados de saúde que distanciam a intervenção de médicos de medicina geral e familiar ou internistas.

O tema vai ser debatido pelo Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel da Silva, por António Ferreira do Centro Hospitalar de S. João do Porto, por António Vaz Carneiro do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, por Manuel Pizarro da Câmara Municipal do Porto e por gestores na área da saúde como Adalberto Campos Fernandes e Salvador de Mello.

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna conta atualmente com cerca de 2400 associados, mas Luís Campos diz que o número de especialistas a trabalhar em Portugal ronda os 2700, estando em formação mais de mil internos nesta especialidade.

“A medicina interna é a especialidade nuclear ao nível do Serviço Nacional de Saúde”, comentou Luís Campos observando que os médicos internistas abordam o doente como um todo e trabalham em várias ‘frentes’ dos cuidados de saúde, desde os serviços de urgência aos cuidados intermédios, dos cuidados intensivos às consultas, entre outras.