6 de maio de 2013 - 12h16
A Federação Nacional dos Médicos criticou hoje o que classificou como “claro processo de demolição faseada" do Serviço Nacional de Saúde e do direito constitucional à Saúde e o “esforço propagandístico" do ministério para "dissimular os reais objetivos da ação governamental”.
Em comunicado, o conselho nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNaM) diz também que “está hoje criado, na generalidade dos serviços de saúde, um clima de medo, de múltiplas arbitrariedades e de uma prepotência chocante”.
“O comissariado político nomeado partidariamente para os cargos de administração, seja nos hospitais, seja nos agrupamentos de centros de saúde (ACES), mostra que a impunidade que lhe é conferida pela tutela ministerial permite todo o tipo de comportamentos aviltantes num regime democrático e num Estado de Direito”.
A FNaM diz igualmente que a “política governamental implementada pelo Ministério da Saúde visa eliminar um número crescente de serviços público, por via de entrega de hospitais às Misericórdias em vários pontos do país e pelo encerramento total de outros, na perspetiva de dar espaço à construção de novas unidades por via de PPP (Parcerias Público-Privadas).
“A preparação de medidas de diminuição acentuada de profissionais nos serviços públicos de saúde e a redução progressiva do número de camas hospitalares permitem já antever o enorme agravamento da capacidade de resposta às necessidades de cuidados dos nossos cidadãos. De modo a procurar encobrir as medidas de desarticulação do SNS, o ministério da Saúde tem recorrido a anúncios demagógicos e sem qualquer viabilidade prática, como foi recentemente o apregoado alargamento de horários de funcionamento dos serviços”, diz a FNaM.
Esta estrutura refere, por fim, que o “agravamento progressivo” da situação no setor “impõe uma enérgica e imediata resposta reivindicativa”, dizendo por isso totalmente disponível para, em conjunto com as restantes organizações médicas, nomeadamente o Sindicato Independente e a Ordem, analisar a “grave situação existente e adotar as urgentes medidas de intervenção”.
SAPO Saúde com Lusa