A um quarteirão do Palácio de La Moneda, o centro de poder no Chile, este grupo de médicos instalados numa clínica para doentes com cancro, epilepsia refratária ou dor crónica, são acesso a tratamentos medicamentoso baseados em canábis ou resinas derivadas.

A consulta vai ter início durante um intenso debate no país para a descriminalização desta droga, cujo consumo privado é permitido, mas a venda ou auto-cultivo é punível. Milhares de consumidores são detidos todos os anos por suspeita de cultivo ou tráfico de drogas.

Os médicos argumentam que o sistema de justiça chilena falhou em favor de vários casos de consumidores, protegidos por um artigo que defende o consumo de canábis para fins medicinais.

"Damos prescrições para que [os doentes] possam ter plantas em casa, o que significa que o cultivo por razões medicinais é permitido com receita", comentou à agência de notícias France Presse Sergio Sanchez, um dos médicos do consultório que pertence à Fundação América Latina Reforma, que defende o consumo livre e despenalizado de canábis.

Os especialistas dizem que já atenderam cerca de 50 pacientes e que esperam incrementar esse número, apesar do Governo recentemente ter introduzido indicações para o Congresso debater a redução da quantidade de canábis permitida por pessoa de 10 para 2 gramas de maconha.